Descontentes com política econômica, sindicatos brasileiros terminam "lua de mel" com Dilma
Juan Arias
Do El País, no Rio
Do El País, no Rio
- Rodrigo Lima/UOLA presidente Dilma Roussef
Os sindicatos anunciaram à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que dão por terminada sua prolongada "lua de mel" com ela.
Descontentes com a política econômica da presidente, quatro das cinco maiores centrais sindicais do país subscreveram um documento de denúncia à mandatária e convocaram para 6 de março uma marcha de protesto em Brasília na qual esperam reunir mais de 20 mil trabalhadores.
As centrais sindicais rebeldes são Força Sindical, Nova Central, UGT e CTB. A única que não esteve presente na reunião em que se redigiu o documento foi a CUT, ligada ao PT (Partido dos Trabalhadores, a formação de Dilma e Lula), mas acabou assinando o texto.
"A presidente não cumpriu nestes dois anos de governo nenhuma das reivindicações das centrais, as quais recebeu uma só vez", explica o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical. "Foi uma lua-de-mel recorde de dois anos, mas essa lua-de-mel acabou hoje", anunciou Pereira esta semana.
Segundo os sindicatos, "Dilma herdou um país que crescia a 7,5% e o levou a zero. O PIB de 2012 será uma vergonha. Alguns setores, como o industrial, começaram a dar mostras de fraqueza".
A nota emitida pelas quatro centrais também critica a "falta de disposição do governo Dilma para negociar a agenda de necessidades da classe trabalhadora, em claro contraste com o tratamento VIP que dispensa aos representantes do capital".
Algumas das reivindicações apresentadas pelos líderes das quatro centrais são a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a expansão da reforma agrária.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, advertiu que não se trata de uma "ruptura com o governo". "A insatisfação é geral, o que nos levou a ter de mobilizar as bases", disse. "Temos um crescimento inferior a 1%, e isso terá consequências graves para o emprego em 2013. Estamos contentes com a consideração de que goza a presidente Rousseff, mas isso é muito pouco para um Brasil que precisa crescer no mínimo 4% ao ano", acrescentou.
Alguns querem ver nesse confronto certa nostalgia do ex-presidente Lula, que se definia como sindicalista quando lhe perguntavam se era de direita ou de esquerda. Os sindicatos não ocultam que gostariam de vê-lo outra vez na Presidência da República. A ex-guerrilheira Dilma, apesar de estar ideologicamente à esquerda de seu antecessor, possui outro estilo de governar, mais de gestão e menos político, um modelo que agrada menos aos sindicatos.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Descontentes com a política econômica da presidente, quatro das cinco maiores centrais sindicais do país subscreveram um documento de denúncia à mandatária e convocaram para 6 de março uma marcha de protesto em Brasília na qual esperam reunir mais de 20 mil trabalhadores.
As centrais sindicais rebeldes são Força Sindical, Nova Central, UGT e CTB. A única que não esteve presente na reunião em que se redigiu o documento foi a CUT, ligada ao PT (Partido dos Trabalhadores, a formação de Dilma e Lula), mas acabou assinando o texto.
"A presidente não cumpriu nestes dois anos de governo nenhuma das reivindicações das centrais, as quais recebeu uma só vez", explica o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical. "Foi uma lua-de-mel recorde de dois anos, mas essa lua-de-mel acabou hoje", anunciou Pereira esta semana.
Segundo os sindicatos, "Dilma herdou um país que crescia a 7,5% e o levou a zero. O PIB de 2012 será uma vergonha. Alguns setores, como o industrial, começaram a dar mostras de fraqueza".
A nota emitida pelas quatro centrais também critica a "falta de disposição do governo Dilma para negociar a agenda de necessidades da classe trabalhadora, em claro contraste com o tratamento VIP que dispensa aos representantes do capital".
Algumas das reivindicações apresentadas pelos líderes das quatro centrais são a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a expansão da reforma agrária.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, advertiu que não se trata de uma "ruptura com o governo". "A insatisfação é geral, o que nos levou a ter de mobilizar as bases", disse. "Temos um crescimento inferior a 1%, e isso terá consequências graves para o emprego em 2013. Estamos contentes com a consideração de que goza a presidente Rousseff, mas isso é muito pouco para um Brasil que precisa crescer no mínimo 4% ao ano", acrescentou.
Alguns querem ver nesse confronto certa nostalgia do ex-presidente Lula, que se definia como sindicalista quando lhe perguntavam se era de direita ou de esquerda. Os sindicatos não ocultam que gostariam de vê-lo outra vez na Presidência da República. A ex-guerrilheira Dilma, apesar de estar ideologicamente à esquerda de seu antecessor, possui outro estilo de governar, mais de gestão e menos político, um modelo que agrada menos aos sindicatos.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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