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segunda-feira, 24 de março de 2014

529 pessoas são condenada a morte por causa da morte de um policial.

Tribunal egípcio condena à morte 529 partidários do ex-presidente Morsi


Outros 16 réus foram absolvidos, informou um advogado de defesa. Decisão ocorre em meio à escalada da repressão à Irmandade Muçulmana.
24/03/2014 05h44 - Atualizado em 24/03/2014 12h35
Do G1, em São Paulo
Um tribunal egípcio condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana nesta segunda-feira (24) por acusações que incluem assassinato, disse um advogado de defesa, em meio a uma crescente escalada da repressão sobre o movimento.

“A corte decidiu sentenciar à morte 529 réus e absolveu outros 16”, disse à Reuters o advogado Ahmed al- Sharif.
Cabe recurso da decisão.
Familiares ficaram em frente ao tribunal gritando depois do veredicto - a maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, segundo os advogados. Em protesto, simpatizantes dos réus atearam fogo a uma escola próxima, segundo a TV estatal.
A turbulência no Egito se aprofundou desde julho de 2013, quando o Exército depôs o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana. As forças de segurança já mataram centenas de manifestantes da Irmandade nas ruas, e prenderam milhares de outros.
Desde o golpe militar de 3 de julho contra Morsi, milhares de seguidores da confraria foram detidos e dezenas deles condenados, mas até agora não a pena de morte não havia sido decretada a nenhum deles.
 Apoiadores do ex-presidente egípcio Mohammed Morsi fazem protesto no Cairo nesta segunda-feira (24). Mais de 500 integrantes da Irmandade Muçulmana foram condenados à morte por acusações que incluem assassinato (Foto: Ahmed Abd El Latef, El Shorouk/AP)
Apoiadores do ex-presidente egípcio Mohammed Morsi fazem protesto no Cairo nesta segunda-feira (24). Mais de 500 integrantes da Irmandade Muçulmana foram condenados à morte por acusações que incluem assassinato (Foto: Ahmed Abd El Latef, El Shorouk/AP)
As sentenças foram proferidas dias antes de o comandante das Forças Armadas, marechal Abdel Fattah al Sisi, anunciar oficialmente que será candidato na eleição presidencial deste ano, na qual ele é amplamente favorito.
A Irmandade Muçulmana classificou de “injusta” e de “novo crime do golpe militar” a decisão. Em sua página oficial na internet, o grupo disse que os juízes egípcios estão “submetidos aos militares” e que a sentença significa um “fato sem precedentes na história da justiça”.
A corte, presidida pelo juiz Said Youssef, absolveu outros 17 membros e partidários da Irmandade processados na causa, cujo decisão deverá ser confirmada pelo mesmo tribunal em 28 de abril, logo depois de ser conhecida a opinião do mufti.
Os condenados foram considerados culpados de uma série de ataques a edifícios do governo e a delegacias na província de Minia, em protesto pelo violento despejo policial dos acampamentos dos islamitas no Cairo em agosto.
Um desses ataques teve como alvo a sede policial da cidade de Matai, onde foi assassinado o assistente do delegado, o coronel Mustafa Ragab. Os membros da Irmandade também foram condenados por tentativa de homicídio, roubo de armas e de incendiar o edifício.
Segundo vários veículos de comunicação egípcios, só 147 dos acusados estão presos, e o resto foi julgado à revelia.
A audiência do julgamento aconteceu entre estritas medidas de segurança. As ruas que dão acesso à sede do tribunal foram bloqueados pela polícia.
Os islamitas mantiveram seus protestos contra as autoridades interinas do Egito desde julho passado, apesar das detenções e da morte de centenas de pessoas por causa da repressão policial nestes meses.

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