Policiais e Bombeiros militares aceitaram a proposta do governo e encerraram Operação Padrão. A decisão veio depois de uma assembleia realizada nesta sexta-feira (27), na sede da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), para discutir a proposta de reajuste oferecida pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).

G1 teve acesso à tabela de subsídios que será apresentada à categoria. O governo propôs um reajuste de 38%, mas parte desse valor seria pago em parcelas até 2015. Essas condições foram submetidas à votação e aceitas pela tropa.

"Estamos dando fim a Operação Padrão porque fomos atendidos em nossas reivindicações. As viaturas já estão saindo às ruas. Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) será firmado entre Ministério Público, Polícia Militar e governo do estado para que se inicie o curso de capacitação dos motoristas já na próxima segunda-feira (30)", afirmou o coronel Ivon Berto.

De acordo com a categoria, o salário será reajustado imediatamente em 10%. Para alcançar a equiparação salarial ao provento recebido pela Polícia Civil, haverá ainda um reajuste de 6% (IPCA que seria incorporado em janeiro) + 22% (referente à Data Base da categoria). Este último, porém, será parcelado e pago a partir de fevereiro de 2014 até março de 2015.

Tabela será apresentada em assembleia nesta sexta-feira.

Reunião com o governo 
Os presidentes das associações dos militares estiveram reunidos durante a tarde e a noite da quinta-feira (26) com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e representantes da Segurança Pública do Estado. Apesar de horas de reunião e de a agência oficial do Estado ter publicado nas redes sociais que o governo fechou acordo com os militares, a categoria preferiu deliberar algum posicionamento nesta sexta.

"Notamos que era impossível decidir alguma coisa naquele momento. A reunião durou horas. Os presidentes das associações estavam sentados e confortáveis no palácio, mas a categoria passou mais de 12 horas em pé, embaixo de sol, muitos vieram em caravana dos municípios do interior e não teriam condições de tomar alguma atitude, então marcamos a audiência para hoje", ressaltou o major Welington Fragoso à reportagem do G1 .

Governador não deu detalhes sobre a negociação.

Expectativa 
Segundo o major, a expectativa é de que a categoria enxergue os benefícios que o governo propôs. "O que vamos repassar para eles hoje são as melhorias propostas pelo governo. Além do fim do 'rancho', ou seja, refeições nos batalhões, vamos receber dinheiro para almoçar no local que seja de nossa preferência. O governo também anunciou a melhoria dos batalhões, mas noto que o que os militares querem mesmo é dinheiro no bolso, ou seja, reajuste salarial", afirmou.

Fragoso também destacou que com os investimentos e a equiparação salarial, o soldado passaria a ganhar R$ 3.300. "Isso é bom, porque é muito importante melhorar a base e depois fica mais fácil de ir melhorando outras patentes", disse.

Por meio de publicação em uma rede social na manhã desta sexta-feira, Vilela se mostra positivo sobre a assembleia dos militares. "O entendimento que chegamos ontem à noite, governo e lideranças dos militares, traz ganhos importantes para policiais e para a estrutura das corporações. Confio plenamente que os líderes que estiveram à frente dessas negociações, assim que explicitarem à categoria os avanços acordados, os militares deliberarão, na assembleia de logo mais, pelo retorno ao trabalho".