Após vandalismo, PM mineira anuncia "tolerância zero"; PEC 37 é ignorada em BH
Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte
Protestos em Minas Gerais82 fotos
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22.jun.2013- Manifestantes depredam patrimônio público e privado após confronto com policiais militares em Belo Horizonte, neste sábado, nas proximidades do estádio Mineirão. Uma fogueira foi feita com objetos tirados das lojas Mariela Guimarães/O Tempo/Estadão Conteúdo
A PM (Polícia Militar) de Minas Gerais anunciou neste sábado (22), logo após os distúrbios ao redor do estádio do Mineirão, quando cerca de 60 mil pessoas tentaram furar a barreira de dois quilômetros (limite imposto pela Fifa) até o local, que não haverá mais tolerância com distúrbios em Belo Horizonte. "Acabou a ação reativa que a PM estava mantendo até agora. Vamos adotar a tolerância zero nos protestos", afirmou o tenente coronel Luiz Alberto. Pelo menos 22 pessoas foram detidas.
Qual deve ser o principal tema dos próximos protestos no Brasil?
O confronto começou depois que, mais uma vez, parte dos manifestantes tentou furar o bloqueio policial e ainda jogou pedras contra os policiais. Com a agressão, 27 pessoas ficaram feridas (20 manifestantes e sete policiais). Quatro feridos foram encaminhados a hospitais e têm quadro grave. Dois deles caíram do viaduto José Alencar, na confluência das avenidas Antônio Carlos e Antônio Abrahão Caram.
Os protestos contra a PEC 37 que, junto com os gastos com a Copa das Confederações e do Mundo, foram o mote dos atos nas principais capitais, foi ignorada pelos ativistas mineiros.
"Fomos atingidos até por um artefato feito de metal e chumbo. Isso é pior que bala de borracha", disse o tenente-coronel.
Durante cerca de duas horas, os 2 mil soldados da corporação, além de 150 homens da Força Nacional de Segurança, não revidaram aos ataques dos, que jogavam bombas (garrafão), pedras, pedaços de metal, chumbo, tijolos e latas contra os policiais. Após o término do jogo entre México e Japão, porém, a PM revidou com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha.
Com as bombas de gás lacrimogêneo, a multidão se dividiu em diversos grupos e correu para sentidos diferentes. Ao mesmo tempo, os participantes do ato jogaram mais pedras, além de foguetes e objetos diversos contra os policiais.
No meio da confusão, uma parte dos manifestantes seguiu a passeata pela avenida Santa Rosa, que era um trajeto permitido e que também dava acesso ao estádio. O restante continuou tentando subir a avenida Antônio Abrahão Caram, para ter acesso ao estádio, e o confronto continuou. Muitas pessoas passaram mal e precisaram ser amparadas por colegas de movimento.
A partir daí, formaram-se grupos que quebraram o que viam pela frente. Três concessionárias de veículos foram invadas e destruídas parcialmente. Oito automóveis Hyundai, modelos de luxo, com preços médios de R$ 80 mil, foram depredados pelos manifestantes na loja do Grupo Cao.
Os manifestantes seguiram pela avenida Antônio Carlos, destruindo placas de trânsito, provocando incêndios e quebrando vitrines de lojas. Parte da grade de proteção da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais, que fica ao lado do estádio, foi destruída. A multidão seguiu para a praça Sete, no centro da cidade, onde os protestos continuam.
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