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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A menina dos olhos de ouros, O DENARC, Damázio faz questão de afirmar que o Denarc está entre as três prioridades da SDS atualmente – as outras duas são o setor de inteligência policial e as delegacias de plantão.

Cerco ao tráfico é chave para reduzir homicídios
Publicado em 28.11.2010 Jornal do Commercio.


No Estado, 60% das mortes registradas no 1º semestre têm ligação com as drogas

Carlos Eduardo Santos
csantos@jc.com.br

A repressão ao narcotráfico virou a nova estratégia da Secretaria de Defesa Social (SDS) para reduzir os homicídios no Estado. Estatísticas mostram que 60% dos assassinatos com causas específicas registrados em Pernambuco no primeiro semestre deste ano têm ligação direta com o tráfico de drogas. Quando se trata da Região Metropolitana do Recife, esse número chega a 70%. Diante desse quadro, o Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil, que completou dois anos em setembro, tem sido a nova menina dos olhos da SDS.

Desde que foi inaugurada, a unidade policial tem recebido cada vez mais investimentos. De delegacia se transformou em departamento e, com isso, mudou o foco. Visa, agora, os grandes fornecedores e distribuidores de entorpecentes. Prova disso são as operações realizadas pelo departamento somente este mês, nas quais foram apreendidos cerca de 50 quilos de pasta-base de cocaína, o que representa cerca 500 mil pedras de crack.

A unidade policial já conta com 80 policiais – começou com menos da metade – e no próximo mês recebe novo reforço de agentes e escrivães do último concurso. De acordo com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, a quantidade de assassinatos ligados ao tráfico de drogas pode aumentar ainda mais quando se verifica o segundo lugar no ranking das motivações: acerto de contas, com 23%.

“Parte desses acertos de contas pode também ter ligação com o tráfico. É importante ficar claro que o foco continua em cima dos homicídios, mas com uma forte vertente no combate ao narcotráfico, porque fazendo isso, a gente também está reforçando o combate aos CVLIs (Crimes Violentos Letais Intencionais)”, assegura.

Em relação ao reforço no efetivo do departamento, Damázio afirmou, ainda, não ter decidido quantos dos novos 659 policiais serão destinados ao Denarc. Dependendo da quantidade, a SDS já estuda a criação de mais uma delegacia ligada ao Denarc, só que esta no interior do Estado, ainda descoberto nesse quesito. Caso seja confirmada, essa unidade deve ficar em Petrolina ou Araripina, ambas no Sertão, ou Caruaru, no Agreste.

Atualmente, o departamento conta com três delegacias, sendo uma responsável pela capital e as outras duas que cuidam das ocorrências na Região Metropolitana. Com o foco no Grande Recife, as ações no interior têm sido pontuais.

Damázio faz questão de afirmar que o Denarc está entre as três prioridades da SDS atualmente – as outras duas são o setor de inteligência policial e as delegacias de plantão. “A ideia nossa é dar atenção ao interior, cidades com mais de 100 mil habitantes. Isso pode ser através de criação de delegacias nesses locais ou reforço com policiais, com equipes especializadas, direcionadas só para isso”, destaca.

Ex-titular da antiga Delegacia de Narcotráfico, o agora diretor de Polícia Judiciária, delegado Osvaldo Morais, acompanhou de perto o crescimento do Denarc e explica como a unidade surgiu. “Em 2006, ganhamos uma placa da Polícia Federal pela grande quantidade de apreensões que fizemos no Estado. No ano seguinte, na construção do Pacto pela Vida (plano estadual de segurança pública que fixou uma meta de 12% de redução no número de homicídios por ano), começamos a criação do Denarc. Nessa época, só existiam dois departamentos desse tipo no Brasil: em São Paulo e Rio Grande do Sul.”

CONVÊNIO

Além do incremento no efetivo, o Departamento de Repressão ao Narcotráfico está sendo beneficiado por um convênio com o governo federal. A unidade policial receberá R$ 500 mil para a compra de equipamentos de investigação e armamento.

O repasse está sendo feito pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. Já no começo de 2011, segundo o gestor do Denarc, delegado Luiz Andrey, que esteve em Brasília recentemente para bater o martelo do convênio, deve ser iniciada licitação para a compra do novo material que vai ajudar nas investigações.

Fonte: Jornal do Commercio http://jc3.uol.com.br/jornal/2010/11/28/not_402298.php

Um comentário:

  1. Deixa ver se entendi bem... se estão trabalhando tão bem acabando com o atacado pra quê perder tempo e dinheiro público com o varejo? Droga não é um bem durável e se não tem fornecedor o consumidor não terá onde comprar OK. Só que só se chega aos fornecedores através dos consumidores. Todo trabalho de polícia tem a mesma importância. Quem apreende 10g ou 10 Kg arriscou a vida do mesmo jeito. E podem ter a certeza que quem estiver ostensivo arrisca muito mais.

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