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terça-feira, 15 de julho de 2014

PMs estão sendo acusados de cantar e agredir ativista!


PM 'canta' ativista agredida no Rio e ironiza ataque: 'Machucou? Que pena'

Policial diz que sentiu 'química, e não foi gás lacrimogêneo. Foi admiração'. Corporação informa que 'cada caso será analisado pela Corregedoria'.
15/07/2014 12h42 - Atualizado em 15/07/2014 12h54
Por Gabriel Barreira
Do G1 Rio

VÍDEO 
Bombas de gás lacrimogêneo, chutes, ironias e cantada. Assim terminou o protesto contra os gastos públicos da Copa do Mundo para a artista plástica Aline Campbell, no último domingo (13), na Tijuca, Zona Norte do Rio. Diante dos estampidos, ela foi agredida duas vezes com chutes por um policial militar. Mesmo estando parada. Minutos depois, quando conversava com outro agente fardado sobre o caso, ele ironiza o ataque "Pô, que pena. Puxa... Machucou? Machucou? Não, não... Machucou?". Tanto a agressão, quanto a provocação foram registrados (veja acima). O vídeo termina, ainda, com uma "cantada". Mesmo sendo alertado por um colega que está sendo filmado, o PM provoca a jovem quando é perguntado se teria filhos.
[Se] Eu [tenho] filho? Estou esperando a pessoa certa e acho que é você. Senti química, e não foi gás lacrimogêneo. Foi admiração"
Policial militar não identificado
"[Se] Eu [tenho], filho? Estou esperando a pessoa certa e acho que é você. Eu acho que você é a pessoa certa. Senti química e não foi gás lacrimogêneo, foi admiração". O outro agente público gargalha. Em nota, a corporação disse que "cada caso será analisado pela Corregedoria".
Frustrada, Aline diz que as cantadas de policiais militares são corriqueiras desde o início dos protestos em junho do ano passado. "Isso é muito comum, só não fiquei mais passada porque frequento os protestos e não é de domingo", lamentou.
Em outubro de 2013, o G1 conversou com a joevm Anne Melo, de 20 anos, que acusa um policial militar de tê-la chamado de "gostosa" após uma manifestação na Lapa. Ao responder, ela teria sido detida.
Na ação filmada por Aline, o policial diz que a artista plástica é uma "rebelde sem causa" que vive de "mesada". Segundo ela, outros policiais que também foram abordados por ativistas repetem o discurso. "Não posso dizer que são todos os PMs, mas a visão geral é de que manifestante é adolescente revoltado, sem causa. Eles são totalmente contra [manifestações]. Já sofrem repressão muito grande, trabalham sem receber hora extra. Eles não querem estar ali", especula.
O protesto
No mesmo protesto em que Aline foi agredida e insultada, ao menos 15 jornalistas foram agredidos ou atingidos por estilhaços de bombas de gás lacrimogêneo. A PM fez um cerco no local, impedindo a passagem das pessoas e atirou bombas de efeito moral para dispersar a multidão, dando início ao tumulto. O fotógrafo do Portal Terra, Mauro Pimentel, se disse alvo de agressões. Ele teve uma lente da câmera quebrada e foi atingido por golpes de cassetete. "“Estava de crachá e com capacete preto escrito 'imprensa'", disse. A manifestação reuniu cerca de 400 pessoas contra os gastos da Copa do Mundo.


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