Esta informação é uma das que tenho vergonha em vincular em nosso site. Dizem por aí que militares são cidadãos de segunda categoria, alijados de todos os direitos de um cidadão comum. Será verdade?
O Soldado Mol do Corpo de Bombeiros do Estado do Espírito Santo foi expulso da corporação por ter expressado sua opinião no Facebook. Um punição pesada demais pra quem disse apenas a verdade.
Vejam abaixo a publicação:
Publicação da expulsão do militar:
Como uma corporação trata o profissional que tanto ama sua profissão, dedicado com o serviço, com ficha exemplar, que o seu único "erro" foi lutar por melhores condições de trabalho, por melhores salários, por dignidade?
Onde estão os sites e blogs especialistas em Segurança Pública que não fizeram nenhuma menção ao caso? Onde está a imprensa nessas horas? Onde estão os chamados representantes de classe e associações? Onde está a justiça?
Abaixo, a emocionante carta escrita pelo Soldado Mol após ser expulso da corporação:
Caros amigos,
Venho agradecer ao intenso e caloroso apoio dado por vocês nessa batalha que se perdura a longos e pesados 9 meses de Processo Administrativo e Inquérito Policial Militar que estou respondendo por ter desabafado no calor do momento, nessa mesma Rede Social, alguns fatos ou visões referente a rotina de serviço no âmbito do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo.
Com o estresse de uma cirurgia sofrida e no momento em que vivíamos (referente às manifestações em todo o país em que almejávamos mudanças em nosso cenário político, social e econômico) fui movido pela emoção e acabei por fazer uma publicação cujas palavras foram um tanto quanto exageradas, mas com toda certeza do mundo, não era para chegar na atual situação em que se encontra, aliás, eu nem imaginaria que estava sujeito a tais sansões, já que houveram fatos mais graves e os mesmos não tiveram tal desproporcionalidade de tratamento. Saliento que na mesma época da publicação, estávamos nós militares à espera do tão sonhado e almejado aumento/realinhamento salarial prometido a tempos, bem como a espera da abertura do quadro organizacional que levaria a inúmeras promoções, o que de fato ocorreu. Porém de uma forma que deixou a todos nós praças descontentes com a diferenciação de aumento/correção/realinhamento dos ganhos. Durante essa longa espera, não foi nos dado nenhuma posição que zelasse por nossa tranquilidade (como dito no RDME como obrigação) e diante disso o nervosismo na caserna só aumentava com a protelação de datas para que se fosse resolvido nosso destino (como alguns disseram, por serem os senhores de nossas vidas e destinos) o que eu culminou em algumas punições por termos feitos publicações no Facebook.Hoje me encontro excluído da Corporação na qual entrei para conseguir ajudar a minha família, mais diretamente ao meu pai e que a dois meses da minha formação sofreu um grave acidente de moto e veio a falecer. Sou apaixonado por essa profissão que aprendi a executar e me dedico, fazendo o bem e a trabalhando sem medo, prestando o melhor serviço que me cabe à sociedade.
Então me propus a modificar esse cenário de injustiça que os meus colegas que tanto amam a farda são submetidos. Creio que para se gerir uma organização qualquer não se precisa agir pela força nem pela sua posição diante dos subordinados. Trate-os com respeito e humanidade e todos serão recíprocos.
Estou totalmente triste, arrasado, por ter perdido a farda na qual lutei para conseguir, mas Deus sabe o que faz e me vejo numa posição que talvez me abra novos caminhos e que me faça lutar para mudar o cenário injusto que vejo em vários lugares na sociedade. Porque apesar dos pesares e sabendo o que é errado e às vezes fazendo o errado, fui ensinado por pai e mãe que devemos prezar pelo correto, ser homem, honesto e justo e é por isso que prezo e vou lutar.
E tenham certeza que continuarei BOMBEIRO independente do uso da farda, porque o coração já foi forjado a ajudar a quem precisa, não em 9 meses de curso de formação de soldados, mas sim em 28 anos de vida junto aos princípios de minha família.
Obrigado a todos.
Deus no Controle
Fonte: PEC 300
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