O comando da Polícia Militar do Rio Grande do Norte aguarda a relação de policiais militares presos em operação da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (4), para saber quais serão os procedimentos adotados pela corporação. Os presos são suspeitos de envolvimento com organizações criminosas voltadas para a exploração do jogo do bicho. A ação, denominada Operação Forró, deve cumprir 88 mandados, sendo 22 de prisão temporária. Buscas também foram cumpridas em Pernambuco e Rio de Janeiro .

Três PMs da ativa, um reformado, e um agente da Polícia Civil estão entre os suspeitos que tiveram mandados de prisão expedidos pela justiça potiguar. Outros dois PMs foram alvos de mandados coercitivos - em que a pessoa é obrigada a acompanhar a autoridade policial para prestar depoimento.

“Ainda não sabemos quem são esses policiais, onde trabalham e qual o envolvimento deles", declarou ao G1 o comandante geral da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva. “A Polícia Federal solicitou nossa ajuda e os homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) foram enviados para cumprir os mandados”, acrescentou.

De acordo com Araújo, além do procedimento judicial, os militares envolvidos responderão internamente por desvio de conduta. O tipo procedimento interno de cada um, porém, só poderá ser definido quando o comando tiver mais detalhes. “Precisamos saber quem são, quanto tempo de serviço têm na corporação e onde trabalham. Vai depender da situação de cada um”, disse o coronel.

Operação Forró

A PF deflagrou na manhã desta quarta-feira (4) a  operação para cumprir 51 mandados de busca e apreensão, 22 prisões temporárias e 15 de condução coercitiva. A ação tem cerca de  200  policiais envolvidos.

De acordo com a Polícia Federal , a  investigação acontece há mais de um ano e  identificou duas organizações criminosas voltadas para a prática de exploração do  jogo do bicho e de jogos eletrônicos, denominados caça-níqueis, cujos componentes são contrabandeados. Além da prática de contrabando e de integrar organização criminosa, suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro pesam contra os investigados.

A assessoria de comunicação da PF revelou que a investigação apurou que as supostas organizações criminosas corrompiam policiais militares e civis, "que inclusive prestavam serviço  de segurança aos estabelecimentos de jogos ilícitos. Há mandados de prisão temporária  expedidos contra um policial militar reformado, três PMs da ativa e um policial civil. Outros dois PMs serão conduzidos coercitivamente pelos policiais".

Segundo a polícia, o nome da operação  refere-se à  versão de que a origem da palavra  forró  viria do  inglês “for all”, expressão que, traduzida, significa “para todos” e identifica uma das bancas do jogo do bicho sob suspeita.