Informação policial e Bombeiro Militar

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Morre o segundo Soldado que fazia o TAF para as Tropas Especiais da Bahia! Um Tenente continua internado e a Polícia investiga se militares tomaram alguma substância...



PM investiga se soldados mortos após teste tomaram substâncias

Secretário de Segurança Pública (SSP-BA) Maurício Barbosa disse que haverá uma rigorosa apuração para identificar se houve uso de medicação para melhorar o condicionamento físico. O ingresso nas Forças Especiais pode mudar

Clarissa Pacheco (clarissa.pacheco@redebahia.com.br)
Atualizado em 19/12/2013 08:37:12
      
    Soldado Luciano Fiúza morreu ontem à noite
    o Hospital Aeroporto
    O soldado da PM Luciano Fiuza,  29 anos, morreu, ontem à noite, no Hospital Aeroporto, dois dias depois de passar mal durante um exame físico do Curso de Operações Policiais Especiais (Copes), porta de entrada para o Batalhão da Polícia de Choque da Polícia Militar.  

    Ele, que era lotado no 12º Batalhão (Camaçari), é o segundo policial a morrer, dos quatro que foram internados após uma atividade chamada Teste de Habilidade Específica (THE), que exigiu que os 67 candidatos corressem 10 km em 60 minutos, no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas. Na corrida, eles usavam calça do fardamento e coturno. A primeira morte, do soldado Manoel dos Reis Freitas Júnior, aconteceu na terça-feira, também no Hospital Aeroporto. Manoel era lotado na 4ª CIPM, em Macaúbas, na Chapada. 

    Segundo informações da Polícia Militar, outros dois policiais continuavam internados ontem. O tenente Joserrise Mesquita de Barros,  30 anos, lotado na Cipe-Cerrado, estava em estado grave, porém estável, no Hospital Aeroporto. Já o soldado Paulo David Capinam, 26, lotado na 81ª CIPM, em Itinga, havia deixado a UTI do Hospital São Rafael na terça-feira e tinha previsão de alta hospitalar ainda ontem.

    Explicações
    Após a morte do soldado Fiúza, a Polícia Militar enviou, às 21h12, apenas uma nota de pesar sobre o falecimento. Mais cedo em outro comunicado, a Polícia Militar afirmou que o soldado Freitas, segundo a avaliação médica, “apresentou quadro de insuficiência renal, sendo acometido por uma parada cardíaca”.
    O exame não é motivador da morte. A Polícia Militar tem preocupação de tomar todos os cuidados e ações preventivas
    Capitão Marcelo Pitta, diretor de Comunicação da PM
    Mas segundo a tia de Freitas, Maria das Neves, que criou o sobrinho desde que ele era criança, de prenome Regina, não sabia explicar o motivo da morte. “Ela disse que não conseguia explicar o motivo por que um rapaz jovem foi tendo convulsões e paradas, uma atrás da outra, de rim, fígado, pulmão, coração”, afirmou a tia de Freitas. A reportagem do CORREIO não conseguiu  contato com o Hospital Aeroporto.
    Soldado Freitas havia morrido na terça-feira. Ele e Fiuza passaram mal durante curso de Operações Especiais
    “Pedimos uma rigorosa apuração.  A perícia vai ser fundamental para dizer se eles tomaram algum tipo de medicação ou substância para melhorar o condicionamento físico. Depois vamos emitir um parecer e, se for  o caso, mudar a forma de ingresso nas Forças Especiais”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Mauricio Barbosa, à rádio CBN.

    O diretor de comunicação da Polícia Militar baiana, capitão Marcelo Pitta, afirmou que o treinamento não deve ser considerado como causador da morte. “O treinamento não é o motivador para a causa da morte. A PM tem uma preocupação de tomar todos os cuidados e uma série de ações preventivas, inclusive de só começar com uma equipe médica presente”, disse ele, garantindo que havia médicos no local. 

    Pitta acrescentou que, antes de participar do curso, os candidatos a ingressar no Batalhão de Choque se voluntariam e são obrigados a apresentar uma bateria de exames e um laudo que atestem  aptidão a participar do processo. Além disso, passam por uma análise de uma Junta Médica Militar e só então são liberados.

    Ainda de acordo com a Polícia Militar, o THE inclui a corrida de 10 km, transposição de muro, subida no cabo vertical, transporte de carga, deslocamento em meio líquido, flutuação uniformizado e apneia na água. Contudo, no dia da atividade só foi realizada a corrida de 10 km.

    Em nota, a PM informou que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar a morte de Freitas. O resultado, segundo o capitão Marcelo Pitta, deve sair em 30 dias. Segundo a assessoria do IML, o laudo da morte de Freitas deve sair entre 15 e 30 dias.O presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), vereador Soldado Prisco (PSDB), afirmou que entrará com uma representação no Ministério Público para pedir apuração do caso.

    IML
    Ontem pela manhã, no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IML), o irmão de Manoel Freitas,  o motorista Tony Moreno,  33 anos, disse que a equipe médica chegou a cogitar que Freitas houvesse ingerido alguma substância, mas o exame toxicológico de urina foi normal. “Eu não conheço nada dessas substâncias (suplementos físicos) e tenho certeza que ele também não conhecia”. 

    Natural de Valença, o soldado Freitas entrou há dois anos, para a PM e foi trabalhar na 4ª CIPM (Macaúbas). Há  um mês,  começou a se preparar para o Copes e, há cinco dias, pediu licença para se preparar para o teste que fez na segunda. O sepultamento está previsto para hoje, no cemitério de Valença. Ele será sepultado com honras militares. Colaborou Gil Santos.

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