18/10/2013
Umuarama – A essência feminina é uma ferramenta de aproximação das polícias com a comunidade. A quarta e última matéria da série Mulheres da Lei mostra a importância delas dentro da Polícia Militar (PM) para desmistificar a ideia que a população tem de uma polícia truculenta e abusiva.
Em 1977 a Polícia Militar do Paraná (PMPR) instaurava uma nova frente: a Companhia de Polícia Militar Feminina (Cia. P. Fem), que era subordinada ao Comando de Policiamento da Capital. Em 1992 a Companhia foi extinta, mas a presença das mulheres na corporação já era indissolúvel. Tanto que fez a professora Marineide de Sá trocar a lousa e o giz pela farda e a arma.
Desde 2008 a soldado Marineide faz parte da PM e, depois de passar pela escola de formação em Paranavaí, no 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), por influência do esposo, que também é PM, agora ela é responsável pelas estatísticas da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar (5ª Cia. Ind.) em Umuarama. A tarefa é imprescindível para a atuação ostensiva da PM: é preciso levantar locais perigosos e pontos estratégicos para que as ações sejam certeiras. E têm sido.
A assertividade faz com que a Polícia Militar se aproxime da comunidade, e essa, segundo a soldado Marineide, é uma tendência das polícias de todo o mundo. “Agora temos um policiamento comunitário, feito com diálogo, evitando conflitos. A ideia que as pessoas têm de uma polícia violenta remonta dos tempos da ditadura e agora não é mais assim”, explica.
A figura feminina facilitou esse quebra de paradigma. “As mulheres são mais conciliatórias, mais calmas e a partir da década de 70 já havia um número maior de mulheres nas polícias, justamente no período em que começou a mudar o comportamento dos agentes da lei”, lembra a PM. A presença feminina na corporação, embora seja menor que a masculina, tem sido bem-aceita. “Eu não vejo preconceito. O que vejo é profissionalismo e, independente de ser mulher, quando se é profissional se conquista o respeito de seus pares, subordinados e superiores”.
O ingresso na PM se deveu também pelo salário – que é melhor que o de professora, todavia, depois do treinamento, a soldado passou a gostar do trabalho. Trabalho que, embora perigoso, até agora não resultou em nenhuma ocorrência envolvendo troca de tiros. “Os conflitos só acontecem em casos extremos, sempre optamos pelo diálogo”, justifica.
As habilidades de professora deu a soldado Marineide a facilidade para estabelecer um bom relacionamento com os colegas homens. O bom relacionamento, aliás, não se restringe aos outros PMs, o relacionamento com os umuaramenses também é tranquilo. Diferenças se resolvem com menos imposição e mais conversa.
Fonte: Ilustrado
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