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População confia mais no Exército do que na IgrejaO resultado da investigação do Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil), da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, mostra que o Exército tem quase o dobro de aprovação do Judiciário, com 63% e 33%, respectivamente. A informação é do jornal O Estado de S.Paulo. As grandes empresas (54%), o governo federal (43%), as emissoras de tevê (42%), a imprensa escrita (41%) e a Polícia (38%) ficaram à frente da Igreja Católica, cujo índice de confiança é de 34%. O Legislativo, com 28%, e os partidos políticos, com 21%, aparecem na sequência. A apuração foi feita no segundo trimestre.
"Essa é a grande novidade do trabalho, a comparação do patamar de confiança no Judiciário e outras instituições, públicas e privadas", diz Luciana Gross Cunha, professora da Direito da FGV e coordenadora do ICJ. "É uma questão que chama muito a atenção nesse momento por causa do resultado. A Justiça só ganha do Congresso e dos partidos".
O radar ICJBrasil ouviu 1.550 pessoas de diversas faixas de renda e de escolaridade e crava que a avaliação da Justiça segue negativa porque ela não desgruda de características anacrônicas: lenta, cara e pouco acessível.
A credibilidade do poder nos quesitos honestidade, imparcialidade e competência para solucionar os casos que são de sua alçada também está em baixa. Ainda assim, a maioria dos entrevistados respondeu que não hesitaria em procurar o Judiciário para solucionar eventuais conflitos.
Quase metade dos entrevistados já acionou a Justiça. Questões trabalhistas (28%) e de família (24%) lideram razões para busca do Judiciário. Outros motivos são relativos a direitos do consumidor (19%), causas previdenciárias (8%), criminais (6%) e trânsito (3%).
O ICJBrasil adotou quatro categorias para a consulta: muito satisfeito, pouco satisfeito, muito insatisfeito e pouco insatisfeito. Os muito insatisfeitos e aqueles que se declararam pouco satisfeitos somam 49%. Quanto menor a renda, menor o contingente de entrevistados que foram à Justiça. Dezenove por cento dos que disseram já ter batido à porta dos tribunais recebem até dois mínimos; e 57%, mais de quatro até 12 mínimos.
A maioria dos entrevistados já consultou advogado (75%), dos quais 34% acessaram a Defensoria Pública. "Ou seja, o Judiciário não é tão desconhecido assim", comenta Luciana Gross.
No item Judiciário e resolução de conflitos trabalhistas, apesar de depositar pouca confiança na Justiça, a população ainda prefere decisão do juiz a acordo por mediador ou conciliador.
"Essa conta não é só nossa", afirma o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares. "Não quero dizer que não haja casos de juízes que deixam a desejar, mas existem outros fatores que provocam o desgaste da imagem do Judiciário", diz, citando que tem ministro do Superior Tribunal de Justiça com 13 mil processos. "Em Pernambuco, juízes e promotores respondem simultaneamente por até três comarcas distantes 100 quilômetros uma da outra".
Para Valadares, "tudo o que é lentidão" jogam na conta do Judiciário. "Na ação penal o titular é o Ministério Público", anota. "Há verdades nessa pesquisa, mas também há injustiças porque a população precisa enxergar onde é que está o verdadeiro gargalo", alerta.
Em São Paulo, os dados mostram grande produtividade dos juízes, reconhecida pelo Banco Mundial, segundo o presidente da Associação Paulista de Magistrados, Paulo Dimas De Bellis Mascaretti. "Mas mesmo assim não conseguimos passar uma imagem positiva", afirma.
ICJBrasil: divulgado o índice do 2º trimestre
FGV
Judiciário é uma das instituições em que a população menos confia. Confira»
O ICJBrasil (Indice de Confiança na Justiça) do 2º trimestre de 2010, mensurado pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (DIREITO GV), indica que o Judiciário é uma das instituições em que a população menos deposita a sua confiança, com 33% das respostas da população. No ranking geral, a Justiça só está à frente dos partidos políticos, que obtiveram 21% das respostas, e do Congresso Nacional, com 28%. Na outra ponta, a instituição em que a população afirmou mais confiar foram as forças armadas, com 63% das respostas.
Essa foi uma das principais novidades na sondagem, segundo a professora Luciana Gross Cunha, coordenadora do ICJBrasil. Foram ouvidas 1.550 pessoas de sete regiões metropolitanas, de diversas faixas de renda e escolaridade. "Os dados continuam a indicar a má avaliação do Judiciário como prestador de serviços públicos, realidade que já vinha sendo observada desde as primeiras ondas do Indice", explica a coordenadora.
A Justiça é percebida pela grande maioria como morosa - 88% dos entrevistados avaliaram que o Judiciário resolve os conflitos de forma lenta ou muito lentamente.
Além de morosa, a Justiça é tido pela maioria com cara e de difícil acesso - 80% disseram que os custos para acessar o Judiciário são altos ou muito altos e 72% acreditam que o Judiciário é difícil ou muito difícil para utilizar.
Outros três problemas são a falta de honestidade (61% consideram o Judiciário nada ou pouco honesto), a parcialidade (60% acreditam que o Judiciário é nada ou pouco independente) e a falta de competência para solucionar os casos (54% da população classificam o Judiciário como nada ou pouco competente).
Fontes: Conjur http://www.conjur.com.br/2010-jul-08/confianca-exercito-dobro-justica-igreja
FGV- Fundação Getúlio Vargas http://www.direitogv.com.br/default.aspx?PagId=HTICVQTP&ID=278
Ver Pagina 15.
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