Diario Urbano - 21/07/13
Por Luce Pereira
Os meninos, a PM e
um símbolo da paz
Desculpe, mas hoje não escreverei o comentário de abertura da coluna; vou deixar o espaço entregue à denúncia/foto (postada no Facebook) de uma jornalista que presenciou, quinta-feira, um episódio para o qual não encontra respostas, e à crônica do editor de Mídias Sociais do Diario, Fred Figueiroa, publicada no Face do DIARIO, nesta sexta-feira, numa bela homenagem ao Dia Internacional do Futebol. Em algum momento os dois textos se encontram, porque têm em comum o respeito por um símbolo de união entre os povos, aquele que ajudou Nelson Mandela a aproximar negros e brancos da África do Sul, na luta contra o Apartheid. Paz entre todos sempre foi a mensagem do líder sulafricano para o mundo, mas até hoje continua não entendida, inclusive, pelos que deveriam defendê-la por dever de ofício.
A jornalista
“Por que três PMs, um deles encapuzado, interrompe um jogo de futebol no campo da Igreja do Rosário, em Olinda, às 16h30 (quinta-feira)? Por que mantêm os jovens que estavam correndo atrás de uma bola num baculejo com mais de 20 minutos de duração? Por que os moradores vão para as ruas e ficam assustados com a PM e não com os meninos jogadores? Por último, por que não pode ir de máscara para passeata mas pode usar capuz pra ameaçar um bando de peladeiros? Passei hoje com meu pai pela cena mostrada na foto e ficamos inquietos. Meu pai aproximou o carro e fizemos a imagem (…), os policiais apontavam os dedos para os garotos, que estavam de bermuda, descalços, algumas camisas dispostas ao longo do campo. Havia um senhor que tentava argumentar, mas parecia ser ignorado. Paramos para conversar com os moradores e todos estavam impressionados com o modo de agir da Policia. Os policiais estavam em uma viatura cuja placa é PGE-2760”.
O cronista :
A bola
(o prólogo do dia)
Estava ontem em um mercadinho de Santo Amaro e, de repente, percebi a mudança de fisionomia do dono do estabelecimento. Olhando para a rua, ele via dezenas de jovens se aproximando. Alguns sem camisa, quase todos descalços, falando alto. “O que será que eles vão fazer?, perguntou, revelando a sua tensão. Temendo, possivelmente, um arrastão ou algo do tipo. No caixa, um dos clientes, também inquieto, não soube responder. Ao lado, outro avistou um objeto que tranquilizou a todos.
- Eles estão com uma bola.
Uma simples bola foi o suficiente para derrubar fobias sociais e, no fundo, um certo preconceito enraízado em grande parte da sociedade. Os jovens que, por um instante, representavam alguma ameaça transformaram-se em meninos indo bater uma pelada.
A bola tem uma linguagem particular que nós, brasileiros, entendemos.
A bola fala. Diz. Desperta. Alegra. Acalma. Diverte.
Mesmo parada, nos braços de um garoto que caminha descalço pela rua.
É aquela bola que costuma mudar vidas. Transformar realidades. Vencer barreiras sociais e preconceitos. A mesma que não cansamos de olhar, de chutar.
De empurrá-la com os olhos. De conduzi-la, muitas vezes, com o coração.
Hoje é o Dia Mundial do Futebol.
E também da paixão, da arte, da magia, da fidelidade, da felicidade, da fé...
...e dos meninos de ontem caminhando em Santo Amaro.
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Por Luce Pereira
Os meninos, a PM e
um símbolo da paz
Desculpe, mas hoje não escreverei o comentário de abertura da coluna; vou deixar o espaço entregue à denúncia/foto (postada no Facebook) de uma jornalista que presenciou, quinta-feira, um episódio para o qual não encontra respostas, e à crônica do editor de Mídias Sociais do Diario, Fred Figueiroa, publicada no Face do DIARIO, nesta sexta-feira, numa bela homenagem ao Dia Internacional do Futebol. Em algum momento os dois textos se encontram, porque têm em comum o respeito por um símbolo de união entre os povos, aquele que ajudou Nelson Mandela a aproximar negros e brancos da África do Sul, na luta contra o Apartheid. Paz entre todos sempre foi a mensagem do líder sulafricano para o mundo, mas até hoje continua não entendida, inclusive, pelos que deveriam defendê-la por dever de ofício.
A jornalista
“Por que três PMs, um deles encapuzado, interrompe um jogo de futebol no campo da Igreja do Rosário, em Olinda, às 16h30 (quinta-feira)? Por que mantêm os jovens que estavam correndo atrás de uma bola num baculejo com mais de 20 minutos de duração? Por que os moradores vão para as ruas e ficam assustados com a PM e não com os meninos jogadores? Por último, por que não pode ir de máscara para passeata mas pode usar capuz pra ameaçar um bando de peladeiros? Passei hoje com meu pai pela cena mostrada na foto e ficamos inquietos. Meu pai aproximou o carro e fizemos a imagem (…), os policiais apontavam os dedos para os garotos, que estavam de bermuda, descalços, algumas camisas dispostas ao longo do campo. Havia um senhor que tentava argumentar, mas parecia ser ignorado. Paramos para conversar com os moradores e todos estavam impressionados com o modo de agir da Policia. Os policiais estavam em uma viatura cuja placa é PGE-2760”.
O cronista :
A bola
(o prólogo do dia)
Estava ontem em um mercadinho de Santo Amaro e, de repente, percebi a mudança de fisionomia do dono do estabelecimento. Olhando para a rua, ele via dezenas de jovens se aproximando. Alguns sem camisa, quase todos descalços, falando alto. “O que será que eles vão fazer?, perguntou, revelando a sua tensão. Temendo, possivelmente, um arrastão ou algo do tipo. No caixa, um dos clientes, também inquieto, não soube responder. Ao lado, outro avistou um objeto que tranquilizou a todos.
- Eles estão com uma bola.
Uma simples bola foi o suficiente para derrubar fobias sociais e, no fundo, um certo preconceito enraízado em grande parte da sociedade. Os jovens que, por um instante, representavam alguma ameaça transformaram-se em meninos indo bater uma pelada.
A bola tem uma linguagem particular que nós, brasileiros, entendemos.
A bola fala. Diz. Desperta. Alegra. Acalma. Diverte.
Mesmo parada, nos braços de um garoto que caminha descalço pela rua.
É aquela bola que costuma mudar vidas. Transformar realidades. Vencer barreiras sociais e preconceitos. A mesma que não cansamos de olhar, de chutar.
De empurrá-la com os olhos. De conduzi-la, muitas vezes, com o coração.
Hoje é o Dia Mundial do Futebol.
E também da paixão, da arte, da magia, da fidelidade, da felicidade, da fé...
...e dos meninos de ontem caminhando em Santo Amaro.
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