Cerca de 40 pessoas protestaram por aproximadamente duas horas nesta terça-feira (30) em frente ao quartel da Polícia Militar, no Largo dos Aflitos, em Salvador, contra a suposta agressão sofrida pelo padre Jorge Brito de Souza por um policial militar. O grupo foi formado por fiéis da paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro do Pau Miúdo, da qual o padre faz parte.

O caso foi registrado na noite de quarta-feira (24), enquanto o padre prestava socorro a uma pessoa no Hospital Geral do Estado (HGE). Imagens feitas por testemunhas mostram o momento em que um policial pega no colarinho do religioso.

Os manifestantes iniciaram o ato por volta das 9h e pediram um tratamento mais humanizado da polícia nos atendimentos feitos para a população. Além dos pedidos por justiça, o grupo também entoou músicas religiosas. 

O ouvidor da Polícia Militar, major Everaldo Maciel, foi ao encontro dos manifestantes e conversou com eles, dizendo que o caso será apurado e que a conduta servirá de referência para o treinamento das equipes policiais, que devem considerar o estado emocional das pessoas nos serviços em unidades de saúde.

Caso 
De acordo com o padre, ele chegou ao HGE por volta das 20h30 de quarta-feira, quando parou o veículo em frente ao hospital, sendo orientado pelo segurança a sair do local. "Só tinha uma ambulância e um carro da prefeitura no lugar e várias vagas. O segurança mandou tirar o carro e eu disse a ele que só sairia depois que resolvesse o problema da pessoa com dor. Ele foi até a recepção do hospital e disse para não atender a mulher enquanto o carro não fosse retirado. Começamos a discutir e ele chamou a polícia", afirma o padre.

O padre diz ainda que a equipe da Polícia Militar já chegou até ele recolhendo seus documentos e a chave do carro, quando um dos oficiais o agrediu. "Ele me pegou pelo colarinho, me engarguelou, e deu um soco no meu rosto", afirma.

Depois da agressão, segundo o padre, ele foi conduzido ao posto policial que fica dentro do hospital, onde aguardou para ser levado até uma delegacia, que registraria o caso. "Fui constrangido moralmente, chacoteado. Enquanto estive lá, os policiais faziam comentários irônicos. Diziam em voz alta que padre não era autoridade, somente para seus fiéis", diz.

Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi registrado da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) na quarta-feira (24). Além disso, a PM informa que as denúncias sobre excessos de policiais militares podem ser feitas na ouvidoria, pelo telefone 0800 284 0011 e pelo site da  corporação.