Informação policial e Bombeiro Militar

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bombeiros dizem que não sairão da Alerj até que os 439 presos sejam soltos

Mulher de militar preso revela que marido ficou 24 horas sem água e comida

RIO - Ao som de 'Liberdade já' e de 'Nenhum passo daremos atrás', cerca de 100 bombeiros que estão em vigília desde sexta-feira em frente à Assembleia do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro, dizem que não sairão do local até que os 439 colegas presos durante a invasão ao Quartel Central sejam soltos. Segundo eles, a população os apoia e as acusações de vandalismo feitas pelo governador Sérgio Cabral são absurdas.

Quatro viaturas do Batalhão de Choque e duas da PM acompanham a manifestação dos bombeiros.

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- Era uma manifestação pacífica. Como podem os heróis que salvam vidas colocarem justamente a vida de seus filhos em risco? As crianças foram posicionadas atrás do quartel para que não houvesse qualquer problema. O Bope é que invadiu - diz Cristiane Dionísio, de 37 anos, mulher de um dos bombeiros presos.

Ela conta que entrou em contato com o marido apenas na manhã de hoje. - Eles passaram 24 horas sem água e comida antes da transferência para Jurujuba. As condições melhoraram, mas ainda estão longe do ideal. Há muita gente ocupando um espaço pequeno - acrescentou.

Segundo o cabo Fabiano Caetano, do segundo G-Mar, a acusação de vandalismo é infundada. Ele alega que a marreta utilizada por um dos soldados durante a invasão ao Quartel Central era de borracha - Trata-se de um material da viatura utilizado para manutenção dos pneus. Não foi levada ao local para ferir alguém - garantiu Fabiano.

Sobre a declaração do governador Sérgio Cabral, para quem as reivindicações salariais dos bombeiros já seriam atendidas em dezembro, o cabo se mostra reticente. - Até então nada nos foi dito. Ele marcou três reuniões e faltou a todas elas. Na quarta, não atendeu os nossos pedidos. Espero que ele esteja aberto a negociações, mas é inadmissível que precisemos de dois trabalhos para sobreviver - lamentou.




Presente ao ato, o ex-deputado Cyro Garcia (PSTU-RJ) afirmou que se existe algum vândalo no episódio esse alguém é o governador. - Ele suprimiu da cidade 439 bombeiros. O movimento é legítimo, já que as atividades nos quartéis continuam. A decisão de prender só irá fortalecer o movimento.

Às 15h, os líderes do movimento se reúnem com parlamentares e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para traçar estratégias jurídicas para a libertação dos bombeiros presos.

O cabo Oliveira Santos informou que, na próxima sexta-feira, o movimento deverá ganhar a adesão de representantes de universidades públicas, ONGs, grupos sindicais e de Corpo de Bombeiros de Alagoas, Minas Gerais e até de Nova York.

Com apuração de Carlos Caroni

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