O capitão da Polícia Militar de Alagoas Marcelo Ronaldson foi preso na noite desta quarta-feira (1°), por ordem do comandante da corporação, Luciano Silva. Ele é acusado de ter criticado a gestão do coronel à frente da PM durante ato público. O militar deve permanecer no Quartel Geral da PM por 72 horas.
O capitão, que é diretor de Política Institucional da Assomal (Associação dos Oficiais Militares de Alagoas), participava de um ato de servidores públicos por reajuste, na tarde desta quarta, quando usou o microfone para pedir mudança na forma de escolha do comando da corporação, evitando assim indicações de coronéis que sejam “capacho do governador”.
Logo após o ato público, que reuniu várias categorias no centro de Maceió, o capitão recebeu a ordem de prisão disciplinar. Além da detenção, ele vai responder a um inquérito policial militar. O prazo para conclusão das investigações é de 30 dias.
A assessoria de comunicação da PM confirmou que a ordem da prisão ao capitão ocorreu por conta “palavras ofensivas ao governo e ao comando da corporação”. “O capitão infringiu normas do regulamento militar, que resguarda a hierarquia e a disciplina”, informou.
Ainda segundo a PM, as possíveis punições ao militar só serão definidas após a conclusão do inquérito. As investigações começam ainda nesta quinta-feira (2).
Para o presidente da Assomal, major Wellington Fragoso, a prisão do capitão “um ato arbitrário do governo”. “Ele estava falando como diretor da associação e tem pleno direito ao contraditório, que não foi respeitado. Acabou esse tempo de ditadura, onde o comandante liga e manda prender um policial”, disse.
Segundo Fragoso, o militar usou o termo “capacho do governador” de forma genérica, sem se dirigir diretamente ao comandante da PM. “Em nenhum instante ele citou o nome de Luciano Silva. O capitão apenas disse que era bom que o comandante fosse escolhido por lista tríplice, para que não se alguém que servisse de capacho do governador. Ele falou de uma maneira geral, não foi direta. Na verdade já existem projetos de lei para que sejam escolhidos os comandantes da PM por lista tríplice no país, porque ele não ficaria sujeito às ordens do governador”, ressaltou.
A Assomal informou ainda que a atitude de prender o militar “põe mais lenha na fogueira” na disputa entre governo e funcionalismo público. “Os servidores vão fazer um novo ato hoje, pois entendemos que essa prisão é uma fronta ao movimento unificado. Vão existir várias manifestações por conta disso, pois foi uma atitude do comando, mas que é uma ação de governo”, afirmou Fragoso.
Ameaça de greve geral
Os servidores de várias categorias estão reivindicando um reajuste de 14%, enquanto o governo oferece apenas 7%. Policiais civis, professores e técnicos agrícolas já estão em greve. Os militares chegaram a realizar, em maio, paralisação de advertência de 48 horas e estão em estado de greve. Caso o governo não sinalize com uma nova proposta, os servidores, comandados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), prometem greve geral na próxima semana.Fonte: UOL http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/06/02/capitao-da-pm-e-preso-por-insinuar-que-comandante-de-alagoas-e-capacho-do-governador.jhtm
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