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domingo, 27 de abril de 2014

Morte de Coronel que admitiu tortura morte e ocultação não é a primeira, outro coronel já havia sido assassinado!


Outro militar ligado ao caso Rubens Paiva foi assassinado em 2012 no RS

Por   | Para: CBN Foz
Documento comprova a prisão de ex-deputado federal Rubens Paiva (Foto: Felipe Truda/G1)Documento comprova a prisão de ex-deputado
federal Rubens Paiva (Foto: Felipe Truda/G1)

Mais de um ano antes da morte do coronel Paulo Malhães, conhecido pela atuação na repressão política durante a ditadura militar, um caso semelhante no Rio Grande do Sul ajudou a esclarecer um episódio da época. O também coronel reformado Júlio Miguel Molinas Dias, de 78 anos, foi morto quando chegava à casa onde morava na Zona Norte de Porto Alegre. Na residência, foram encontrados documentos da ditadura militar que comprovam a entrada do ex-deputado Rubens Paiva, preso político, no Departamento de Operações e Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Em depoimento à Comissão da Verdade, Malhães assumiu ter participado do caso.

A perícia do Rio Grande do Sul apontou que houve troca de tiros antes da morte de Molinas Dias, e os disparos partiram de dentro dos dois veículos, o C4 ocupado pela vítima e carro onde estariam os autores do crime. Dois policiais militares foram condenados. A Justiça concluiu que eles usaram um veículo com placas clonadas para cometer o crime, com o objetivo de roubar a coleção de armas que o militar guardava. Eles não estavam trabalhando no momento do crime.

Durante a investigação, foi encontrado na casa do coronel um documento que comprova a entrada do preso político Rubens Paiva no Departamento de Operações e Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) durante a ditadura militar no Brasil, fato que foi negado pelo Exército. Na década de 1980, Molinas Dias fez parte do DOI-Codi do Rio de Janeiro.

Beatriz, filha de Rubens Paiva, está em Porto Alegre para acompanhar entrega de documentos (Foto: Ivani Schutz/RBS TV)Beatriz, filha de Rubens Paiva, foi a Porto Alegre
para acompanhar entrega de documentos
(Foto: Ivani Schütz/RBS TV)

Ele atuou no DOI-Codi depois do desaparecimento do político, e mantinha um acervo com material da época. Os documentos foram repassados para a Comissão Nacional da Verdade e para familiares de Paiva, durante uma solenidade realizada no Palácio Piratini, sede do governo estadual.

"Foi realmente muito trágico. Vão acontecer muito mais coisas ainda (em investigações). Que fique claro que este é apenas um dos casos", disse a filha do ex-deputado, Maria Beatriz Paiva Keller, durante a solenidade realizada em 27 de novembro de 2012.

Paiva é um dos 183 desaparecidos políticos com o paradeiro a ser investigado pela Comissão Nacional da Verdade, criada pelo governo federal para examinar e esclarecer violações de direitos humanos praticadas durante o regime que vigorou entre 1964 e 1985. O deputado Rubens Paiva foi preso em 20 de janeiro de 1971.

Em depoimento à Comissão da Verdade, Malhães havia dito que o corpo do ex-deputado Rubens Paiva foi jogado em um rio de Itaipava, na Região Serrana do Rio por agentes da ditadura. Cerca de uma semana depois, em outro depoimento, ele negou o fato.

 

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