Rio de Janeiro
Deputado diz que comandante da PM ligou 'aos berros' por volta de 0h. Procurado pelo G1, coronel Eri Costa Filho não respondeu às solicitações.
Por Lívia Torres
Do G1 Rio
O Twitter foi palco de discussão na noite desta quarta-feira (17) entre o deputado Marcelo Freixo, o coronel Erir Ribeiro Costa Filho, comandante-geral da Polícia Militar, e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). O desentendimento começou após a PM afirmar através da rede social que o deputado e a OAB se recusaram a ajudar na mediação dos confrontos que aconteceram durante manifestação no Leblon, na Zona Sul do Rio ( leia o post no Twitter ).
Ao G1 , Marcelo Freixo contou que, por volta de 0h, recebeu uma ligação de Erir Ribeiro. O comandante teria pedido para que o deputado resolvesse os problemas no Leblon. Até a última atualização desta reportagem, o coronel não havia respondido as solicitações para comentar o episódio.
“Ele me ligou por volta de 0h, aos berros. Achei que ele tivesse ligado por engano. Nesse momento, a confusão já estava conflagrada, os conflitos já estavam generalizados, e ele disse que eu tinha que resolver os problemas no Leblon. Não sei se ele antes ligou para o governador, para o prefeito... O que ele queria que eu fizesse? Descesse com um balde d’água?”, questionou.
Freixo disse que antes de desligar o telefone, Erir teria dito que iria ao Twitter falar sobre o ocorrido. “Ele avisou que ia fazer isso, mas eu achei que ele utilizaria o Twitter pessoal dele. Ele utilizou o Twitter oficial da PM como polícia política, isso é muito grave. O Beltrame [secretário de Segurança Pública] me ligou e disse que não sabia da postura do coronel. Ele queria falar com todas as pessoas que identifica nessa aura de direitos humanos.”
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
'Transferindo responsabilidade', diz OAB
Segundo o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, a PM está tentando transferir a responsabilidade e faz afirmações perigosas. De acordo com ele, citar um adversário político é um equívoco.
“Eu estou estarrecido. Essa reação estapafúrdia da PM me deixa em duvida se isso não é orquestrado. Parece uma coreografia pra tentar jogar a responsabilidade nos outros. A única coisa em que divergimos da PM foi porque o coronel queria que os advogados fizessem um cordão de isolamento à frente da polícia na noite de ontem. É lamentável ver como a PM está se saindo”, disse.
“Ele me ligou por volta de 0h, aos berros. Achei que ele tivesse ligado por engano. Nesse momento, a confusão já estava conflagrada, os conflitos já estavam generalizados, e ele disse que eu tinha que resolver os problemas no Leblon. Não sei se ele antes ligou para o governador, para o prefeito... O que ele queria que eu fizesse? Descesse com um balde d’água?”, questionou.
Freixo disse que antes de desligar o telefone, Erir teria dito que iria ao Twitter falar sobre o ocorrido. “Ele avisou que ia fazer isso, mas eu achei que ele utilizaria o Twitter pessoal dele. Ele utilizou o Twitter oficial da PM como polícia política, isso é muito grave. O Beltrame [secretário de Segurança Pública] me ligou e disse que não sabia da postura do coronel. Ele queria falar com todas as pessoas que identifica nessa aura de direitos humanos.”
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
'Transferindo responsabilidade', diz OAB
Segundo o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, a PM está tentando transferir a responsabilidade e faz afirmações perigosas. De acordo com ele, citar um adversário político é um equívoco.
“Eu estou estarrecido. Essa reação estapafúrdia da PM me deixa em duvida se isso não é orquestrado. Parece uma coreografia pra tentar jogar a responsabilidade nos outros. A única coisa em que divergimos da PM foi porque o coronel queria que os advogados fizessem um cordão de isolamento à frente da polícia na noite de ontem. É lamentável ver como a PM está se saindo”, disse.
Já na noite de quinta (18), Freixo voltou a usar as redes sociais. "A PM é cortina de fumaça criada pelo governador. Não se fala mais das pautas, o grande debate é vândalo x PM".
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