Pelo Twitter, a Polícia Militar e a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro , trocaram acusações sobre a atuação dos órgãos na manifestação ocorrida, na noite de segunda-feira (22), nas proximidades do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade, como mostrou o RJTV nesta terça-feira (23).
Às 20h58, a PM escreveu em sua página, na rede social, que "membros da OAB-RJ estavam prejudicando o trabalho da Polícia Militar". Em seguida, a OAB-RJ respondeu que "repudia mensagens provocativas publicadas pela PMERJ em seu Twitter. Os advogados da ordem agem para garantir o cumprimento da lei".
Protesto durante visita do Papa 
Cerca de 300 pessoas entre representantes de partidos e de movimentos de lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais se reuniram no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio, na segunda-feira (22) por volta das 17h. A manifestação pacífica durou cerca 2h40. O grupo ocupou as escadarias da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória, onde peregrinos cantavam músicas católicas. Os manifestantes exibiam cartazes e promoveram um beijaço contra a homofobia. Em seguida, fizeram uma caminhada em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo, onde acontecia a cerimônia de boas-vindas ao Papa Francisco
Segundo a Polícia Militar, outras pessoas se juntaram ao grupo, que chegou a ter 1,5 mil manifestantes. Com palavras de ordem contra o governador do Rio, eles queimaram um boneco representando Sérgio Cabral. Pouco tempo depois, pessoas mascaradas e vestidas de preto se espalharam entre os manifestantes.
A 200 metros do Palácio Guanabara, uma barreira impedia a aproximação. De repente, eles lançaram coquetéis molotov contra um grupo de policiais. Um deles foi atingido pelo fogo e precisou de ajuda para que as chamas fossem apagadas.
A PM reagiu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, com balas de borracha e também com jatos d'água. Os policiais apreenderam uma mochila com várias garrafas de coquetéis molotov.
Detidos 
De acordo com a PM, oito pessoas foram levadas para a 9ª DP (Catete). Entre eles, dois rapazes integrantes da Mídia Ninja, grupo que tem se dedicado a transmitir as manifestações, ao vivo, via internet. No Twiter da PM, a mensagem dizia que eles foram presos por incitar a violência.
Depois das prisões, um grupo de 300 pessoas se concentrou em frente ao prédio da delegacia do Catete pedindo a libertação dos detidos e começaram novas confusões. Veículos da Tropa de Choque foram cercados e manifestantes tentaram liberar o caminho.
Depois de alguns minutos, os carros conseguiram passar e em seguida, policiais caminharam entre os manifestantes e foram vaiados. Depois de empurrarem e serem empurrados os PMs jogaram spray de pimenta. O grupo se dispersou pelas ruas do bairro. Assustados comerciantes fecharam as portas às pressas. O Batalhão de Choque cercou a delegacia. Aos poucos os detidos foram liberados.
Feridos 
Com um ferimento na perna, um homem deixou a delegacia e disse que foi atingido por um tiro de fuzil. A Polícia Militar afirmou que foi um tiro de borracha. Dois policiais sofreram queimaduras por causa dos coquetéis molotov. Um deles permanece internado no Hospital da Polícia Militar. Dois jornalistas e outras quatro pessoas também ficaram feridas.
Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil passaram a madrugada reforçando a segurança na 9ª DP (Catete), onde Bruno Ferreira Teles está preso. Segundo a PM, ele foi flagrado durante o tumulto de segunda-feira (22) jogando um artefato explosivo na barreira de policiais próximo ao Palácio Guanabara.
Bruno Ferreira Teles vai ser transferido ainda nesta terça-feira (23) para o conjunto de Presídios de Bangu. Ele foi autuado no Estatuto do Desarmamento. O crime é inafiançável.
O presidente da Comissão Especial criada pelo governo do Estado para acompanhar manifestações falou sobre os protestos de segunda (22). O Ministério Público anunciou que vai denunciar Bruno Teles por tentativa de homicídio.