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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Decretada prisão de 11 policiais por suspeita de tortura

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Acusação é de agredir quatro presos para que confessassem o estupro e o assassinato de garota de 14 anos no Paraná

No total, ordem é para prender 14 pessoas; pedido foi feito pela Promotoria e pela Corregedoria da polícia

DE CURITIBA

A Justiça do Paraná decretou a prisão de 11 policiais civis por suspeita de participação na tortura de quatro presos para que confessassem o estupro e a morte de uma adolescente de 14 anos.

Além dos policiais, também tiveram a prisão decretada um guarda municipal, um auxiliar de carceragem e um preso. Outros seis policiais civis que participaram das investigações do caso foram afastados.

Até a conclusão desta edição, duas pessoas já haviam se apresentado à polícia.

A suposta tortura ocorreu durante as investigações da morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, 14, ocorrida no final de junho em Colombo (na região metropolitana de Curitiba).

Na ocasião, quatro funcionários de um parque de diversões, com idades entre 22 e 25 anos, foram detidos pela polícia e, segundo os investigadores, confessaram o crime.

O parque em que trabalhavam, que foi destruído por moradores da região após as prisões, ficava próximo à casa da adolescente e na mesma rua em que ela foi vista pela última vez.

Três dias após o indiciamento dos quatro, um laudo de DNA apontou que o sêmen achado na garota não pertencia a nenhum dos detidos. Os advogados dos suspeitos afirmaram que eles tinham confessado "sob tortura".

AGRESSÕES

Os presos foram visitados por advogados e integrantes do Conselho Penitenciário do Paraná. O presidente da OAB-PR, Juliano Breda, afirmou que havia "provas inequívocas" de que foram agredidos.

"Não há dúvida alguma. Os relatos e as lesões são realmente impressionantes", afirmou após a visita, na semana passada.

Exames físicos comprovaram que os quatro sofreram agressões. Os rapazes disseram que foram espancados, empalados, asfixiados com sacos plásticos, eletrocutados e forçados a fazer sexo oral entre si. Um deles relatou ter tido a cabeça enfiada num formigueiro.

Segundo eles, as torturas duraram vários dias, mesmo após a confissão. Um dos suspeitos foi internado no Complexo Médico Penal, com suspeita de perfuração de órgãos abdominais.

Os quatro foram soltos na última segunda-feira, após 18 dias de prisão, a pedido do Ministério Público, que alegou "fortes indícios" de agressão policial.

A Promotoria diz que as provas contra os quatro são "muito frágeis", mas que ainda investiga se eles tiveram alguma participação na morte de Tayná.

Anteontem, os quatro jovens foram incluídos no programa de proteção a vítimas.

CORREGEDORIA

A prisão preventiva das 14 pessoas foi solicitada pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Polícia Civil, a partir da identificação, pelos quatro rapazes, de 15 pessoas que teriam participado das agressões.

Uma das pessoas não teve o pedido de prisão acatado pela Justiça e foi apenas afastada das funções policiais.

Após as denúncias, novas investigações sobre a morte de Tayná foram instauradas e o caso recomeçou do zero. A polícia não divulga informações sobre o andamento das investigações.


Fonte: Folha de São Paulo

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