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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Caso Alan: PMs são absolvidos pelo júri


Os policiais militares Renato Carlucci Alves dos Santos, Avery Tadashi Cabral Takano, Claudio Silveira Gomes e Alexandre Alves de Carvalho foram absolvidos dos crimes de homicídio doloso e ocultação de cadáver cometidos contra Alan Patrick Soares, de 17 anos, no dia 12 de março de 2011 na Estrada do Areião, no Jardim Maitê, em Suzano.
A decisão foi tomada pelos sete jurados – seis mulheres e um homem – já na madrugada desta quinta-feira, após 36 horas de julgamento presidido pelo juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, da 2ª Vara Criminal do Fórum de Suzano. No entendimento dos jurados, o jovem Alan Patrick foi por disparos de arma de fogo e que os autores foram os policiais militares acusados no processo. Mesmo assim decidiram pela absolvição dos pms integrantes da Força Tática do 17º Batalhão de Policiamento Militar Metropolitano (BPM/M) de Mogi das Cruzes.
A decisão fez com que vários parentes e policiais amigos dos acusados comemorassem a decisão do lado de fora do Fórum de Suzano. Os policiais ainda no início da madrugada de hoje, foram removidos de volta à Capital Paulista, onde estão presos há um ano e cinco meses no Presídio Militar Romão Gomes. Eles passariam por exames médicos no Hospital Militar de São Paulo (HMSP) e depois seriam colocados em liberdade. “Foi feita Justiça. Lamento muito pelos pais do jovem Alan, mas os jurados acolheram a minha tese de negativa de autoria do crime. Não havia como afirmar neste processo, pelos laudos apresentados, que foram os policiais militares os autores do crime contra o adolescente”, frisou o advogado Celso Machado Vendramini, defensor dos policiais militares, completando que o Ministério Público deve ampliar as investigações deste caso para encontrar os verdadeiros culpados do crime.
Para os pais de Alan Patrick, Sérgio Antonio Soares e Jaqueline Rose Lago Soares, ficou a dor e revolta de saber que o júri entendeu que houve o crime e que os autores foram os pms, mas mesmo assim, os absolveram. “Não entendo as leis dos homens. Como posso explicar para você que houve o crime contra o meu filho, são reconhecidos os autores, mas eles são colocados em liberdade”, questionou o pai. “Estou indignada com a decisão que ouvi e o que acabei de presenciar aqui. Não tenho condições de explicar isto. É uma tristeza muito grande”, disse a mãe de Alan Patrick na saída do Fórum de Suzano chorando muito após a decisão.
O advogado José Raimundo Araújo Diniz, assistente de acusação, declarou que entrará com um recurso de apelação contra a decisão final do júri na noite de ontem. “Infelizmente há uma brecha na lei modificada em 2009 que dá esta condição aos réus, como neste caso. Infelizmente os pms fizeram Justiça e o júri aceitou”, argumentou. (Alexandre Barreira)

Fonte: diario de mogi

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