Sem avanços, sindicato da PM marca reunião para decidir sobre greve
'Chegamos ao nosso extremo', diz coronel da PM Edmilson Tavares.
Ele participou das últimas rodadas de reunião e reafirma falta de acordo.
Do G1 BA
PMs grevistas e manifestantes continuam ocupando o prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Foto: Egi Santana/G1)
Após o fracasso das duas últimas tentativas oficiais de negociações entre governo e grevistas, uma das entidades que representam os policiais militares da Bahia marcou uma assembleia geral, que deve acontecer na quinta-feira (9), em Salvador, para decidir sobre a greve. O encontro da Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA) vai decidir se o grupo, que ainda não aderiu à greve, também deve paralisar as atividades.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e com a Polícia Militar, não há previsão de abertura de nova rodada de negociações para esta quarta-feira (8).
O coronel Edmilson Tavares, presidente da AOPMBA, diz que a proposta do governo, de pagar as gratificações em prestações ao longo dos próximos anos, não é ideal para a categoria. “Chegamos ao nosso extremo. Queremos apenas que a GAP [Gratificação por Atividade da Polícia Militar], prevista desde 2001, fosse paga integralmente em março. A mesa foi suspensa porque o governo diz que não pode atender. Mas ainda estamos à espera de resposta”, diz. Segundo ele, o objetivo, caso os policiais decidam por greve, o intuito é fortalecer a corporação e não provocar "radicalismos". "Nós queremos que a PM saia forte", afirma.
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O assunto foi discutido ao longo de sete horas na terça-feira (7), em reunião que contou com a presença de sindicalista, do comandante-geral da PM, Alfredo Castro, do arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger; do presidente da OAB Bahia, Saul Quadros; do secretário da Casa Civil, Rui Costa; do secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; e do Procuradoria Geral do Estado, Rui Moraes.
Em nota, divulgada logo após o encontro, Dom Murilo Krieger classificou as consequências do impasse entre as partes como "tristes acontecimentos dos últimos dias". Krieger afirma que embora tenha se colocado à disposição para pôr fim à greve, não demonstrou apoio a nenhuma das reivindicações, nem propostas apresentadas. "O que posso lhes assegurar é que não me alinhei com nenhuma das partes, porque meu compromisso era e é com o povo da Bahia", diz.
Saul Quadros, presidente da OBA-BA, também se manifestou lamentando a falta de êxito nas negociações. "As negociações foram interrompidas depois de 24h [desde o início na segunda-feira], não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação", disse Quadros.
Governador pede retorno
O governador da Bahia Jaques Wagner pediu que os policiais militares grevistas retornem ao trabalho imediatamente. Ele também falou sobre a impossibilidade de negociar anistia aos policiais que cometeram crimes desde o início da greve, em 31 de janeiro. Wagner tranquilizou os turistas e baianos que pretendem curtir o carnaval na capital baiana a partir da próxima semana, informando que o esquema de reforço policial na cidade começa na terça-feira (14).
"Há dois movimentos. Para um deles, que é legítimo e reivindicatório, colocamos uma proposta que é o sonho dos soldados e oficiais da Polícia Militar da Bahia, que são as chamadas da GAP IV e GAP V. Com muito esforço orçamentário, ofereci entre 2012 e 2015 o atingimento no contra-cheque dessas duas gratificações. Essa é uma lei de 1997 e é uma expectativa acalentada por todos eles a atingir isso. Estou garantindo o começo deste apagamento agora em 2012, outra parte em 2013, 2014 e 2015. Portanto, a GAP IV e GAP V farão parte de todos os contra-cheques dos policiais da Bahia. Isso siginifca um aumento de 35% de reajuste para os profissionais da Polícia Militar", disse Jaques Wagner.
Anistias
Ele disse ainda que a população já está julgando a ação grevista dos policiais. "Aqueles que querem prestar o serviço à população sabem que a oferta é significativa e acredito que isso possa acontecer nas próximas horas. Existe um processo de intimidação de alguns e por isso, nem todos quiseram assumir a proposta feita pelo governo. Dizer que conquistamos a GAP IV e V é algo muito importante para a Polícia Militar da Bahia", afirmou o governador.
Carnaval garantido
"O planejamento está todo feito para o carnaval. O investimento de R$ 30 milhões na segurança será mantido. Faço um convite para que os policiais abracem a proposta feita pelo governo. A Operação Carnaval começa na terça-feira com a vinda de policiais do interior para a capital. Assim poderemos dar ao povo a maior festa popular do mundo e ter a eficácia da Polícia Militar da Bahia na resolução de conflitos", disse o governador da Bahia.
Prisões
Segundo ele, ficou acertado que as pessoas que forem detidas porque tiveram prisão decretada não iriam para presídios de segurança máxima e ficariam na Bahia, em presídios militares, até que a Justiça decidisse a respeito disso.
Fonte: g1 Bahia
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