Policial Militar potiguar diz que mandado de prisão contra ele é um exagero
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio Grande, cabo Jeoás Nascimento dos Santos, recebeu com supresa a notícia de que a Justiça expediu mandado de prisão contra ele e mais 11 líderes dos protestos da Polícia Militar da Bahia. Apesar de não ter sido comunicado oficialmente, cabo Jeoás afirma que não havia necessidade para a prisão e que os manifestantes da Bahia estão promovendo protestos pacíficos. O Ministério Público da Bahia confirmou o pedido.
Adriano Abreu
Jeoás Nascimento dos Santos participou de tentativas de negociações da PM baiana com o Governo
Cabo Jeoás esteve em Salvador entre os dias 31 de janeiro e 4 de fevereiro, quando representou a Associação Nacional dos Praças (Anaspra), na condição de vice-presidente da entidade, nas testativas de abertura de diálogo entre os policiais militares grevistas e o Governo da Bahia. Porém, não obteve êxito. "Já estive negociando com autoridades em outros estados, como no Pará, onde participei de uma mesa de negociação por 18 horas. Na Bahia, no entanto, não houve diálogo. Fui para o estado devido à experiência acumulada em diversas mesas de negociação pelo país", explicou Jeoás. "Sou simpatizante do PT, mas nas negociações do Rio Grande do Norte e do Pará, onde os governos são do DEM e do PSDB, houve uma abertura para o diálogo que não existiu na Bahia, onde o governo é do PT".
Segundo o PM, o protesto dos PMs em Salvador ocorre de maneira tranquila. "São famílias que estão acampando na Assembleia buscando melhorias de condições de trabalho aos policiais. As notícias que chegam aos outros estados é que há violência nos protestos, por parte dos manifestantes, mas isso não é verdade", garantiu.
Avaliando que o crescimento da violência nos últimos dias em Salvador era esperada devido à saída dos policiais das ruas, o cabo Jeoás acredita que o movimento grevista está transcorrendo dentro da legalidade e que os mandados de prisão foram um exagero por parte da Justiça. "Já estou em Natal e me apresentei normalmente no quartel, sem problemas. Não houve prisão. Assim que formos notificados, vamos consultar a assessoria jurídica buscar desfazer o efeito, já que estamos fora do estado (BA)", disse.
Além de Jeoás do Nascimento, também foram solicitadas as prisões de Marco Prisco Machado, presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares da Bahia (Aspra); Fábio Brito, diretor jurídico da Aspra; Alessandro Reis; Edianari Santos;
Sargento Marcus Vinícius, da Associação dos Policiais da Bahia (Aspol); Sargento Elias, da Aspol; Soldado Josafá, da Aspra, em Ilhéus; Soldado Augusto Júnior, da Aspra, em Ilhéus; Gilvan da AAPM, de Jequié; Cabo Hohenfeld, da Aspol; além de Alvir dos Santos Silva, Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (Coppa), que, de acordo com o Governo da Bahia, foi preso.
Protesto no RN
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte também organiza uma manifestação em busca de melhorias nas condições salariais. Apesar de terem conseguido o pagamento de subsídio por parte do Governo do Estado, os policiais seguem em busca da aprovação do plano de carreira dos profissionais. No dia 15 de fevereiro, inclusive, ocorrerá uma caminhada para chamar a atenção da população e do Governo quanto à necessidade da aprovação do plano.
Além disso, os policiais cobram o preenchimento de vagas nos quadros de praças da corporação. Segundo Jeoás Nascimento, são 1.500 vagas de cabos, 800 vagas de sargentos e 1 mil vagas de soldados. "Esperamos que ocorra esse preenchimento e a aprovação do plano de carreira ainda no primeiro semestre, sem a necessidade de radicalização por parte dos policiais", disse.
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