Cidadona
Por chico felliti
Em vez de discar 190, digite www.facebook.com. A Polícia Militar paulistana criou comunidades na rede social para o cidadão reportar crimes, se queixar de barulho ou elogiar e criticar o trabalho da força pública.
O primeiro grupo do tipo foi criado em fevereiro por policiais da Bela Vista e tem hoje cerca de 120 membros cidadãos. Há planos de expansão: os tiras da região andam distribuindo cartões de visita com o endereço da página da rede.
"O intuito foi diminuir a distância entre a comunidade que reside, estuda, trabalha ou transita pela área", diz o comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar Metropolitana, Luis Humberto Caparroz.
É ele quem se comunica com os moradores da Bela Vista, Consolação, Centro e adjacências que postam em média três comentários por dia no grupo, com assuntos que vão de "Estão fumando maconha na minha porta" a "A festa da rua não me deixa dormir".
Exemplo prático: posta uma internauta: "Caros amigos: lembro a vocês que este sábado precisaremos um reforço após as 22h. Temos dois eventos não autorizados na Roosevelt e pretendem seguir até de madrugada. Obrigada!".
A o que o capitão Caparroz responde: "Fique tranquila, estaremos atentos s esses eventos. Obrigado pela confiança".
A diretora Jussara Felix Figueredo, que mora no último casarão residencial da praça Roosevelt, é uma das usuárias mais ativas da empreitada. "Temos problemas com pequenos furtos e até árvores caídas. Lá, é possível postar esses problemas e aí ter um retorno mais imediato do que outras vias mais formais", avalia.
O retorno também aparece em números, afirma a PM. "Uma pessoa foi presa, flagrada com uma arma de fogo na proximidades da praça Roosevelt, depois de queixa de moradores no grupo de Facebook", diz o capitão Caparroz.
O total de flagrantes de venda de drogas nas ruas Paim, Peixoto Gomide e Frei Caneca aumentou graças ao grupo, diz o capitão, sem precisar números.
Na prática, o espaço virtual também serve como cascata de elogios ao desempenho (e à simpatia) dos tenentes e capitães. Constam 25 elogios na página. Todos devidamente respondidos, com cordialidade fria, por agentes do poder público.
Que estão mais livres desde o advento da internet. "O fato de não atenderem as chamadas de emergência permite maior tempo de policiamento preventivo."
Fonte: Folha de S. Paulo, para ver a coluna toda clique aqui
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