Para Conen, figura de criminoso na cor preta evidencia preconceito racial. Polícia afirma que interpretação é equivocada e ilustração representa silhueta.
30/05/2014 17h07 - Atualizado em 30/05/2014 17h07
Do G1 Ribeirão e Franca
entidades que lutam por igualdade social
(Foto: Silva Junior/Jornal A Cidade)
Cartazes de uma campanha da Polícia Militar fixados nos ônibus do transporte público deRibeirão Preto (SP) foram alvo de crítica de representantes da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) no município. Segundo a entidade, o material, que traz dicas de segurança para a prevenção de roubos, incita o racismo.
A figura mostra uma mulher branca com um telefone celular mão e outro personagem, escondido atrás de um poste, observando-a. A ilustração do suposto criminoso é preenchida com a cor preta, deixando somente os olhos e a boca do personagem em branco. No pé do cartaz, mais uma mulher branca, caracterizada como policial militar, atende os telefones de emergência da PM.
A Polícia Militar informou que a percepção foi "equivocada e exagerada", uma vez que o personagem alvo das críticas foi representado pela caracterização de uma "silhueta". A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), parceira na campanha, afirma que não foi responsável pela elaboração do material e que abomina condutas racistas.
Conen
De acordo com Sílvia Seixas, coordenadora estadual da Conen em Ribeirão Preto, o caso é interpretado pela entidade como racismo institucional. "Não queremos saber quem desenhou ou colou os cartazes. Precisamos que a PM assuma que há um racismo institucional. Se a PM nega que o cartaz é racista, ela nega a existência do racismo institucional e não contribui para qualquer solução", diz.
De acordo com Sílvia Seixas, coordenadora estadual da Conen em Ribeirão Preto, o caso é interpretado pela entidade como racismo institucional. "Não queremos saber quem desenhou ou colou os cartazes. Precisamos que a PM assuma que há um racismo institucional. Se a PM nega que o cartaz é racista, ela nega a existência do racismo institucional e não contribui para qualquer solução", diz.
Sílvia também discorda da justificativa dada pela corporação de que a figura ilustrada em preto se trata de uma silhueta. "Se você prestar atenção nas caracteristicas físicas, inclusive o cabelo do personagem, vê-se que é um cartaz extremamente racista. Estamos falando de senso comum. De uma questão sociológica, e não semiótica. Quando um menino olha e se enxerga com aquela fiigura preta que está lá, ele não pensa que aquilo é uma silhueta. Ele pensa no cotidiano", explica.
Nesta sexta-feira (30), a coordenadora se reuniu com representantes da executiva nacional do Conen em São Paulo (SP), e afirmou que a entidade estuda entrar com uma ação no Ministério Público Estadual ou Federal para pedir esclarecimentos sobre o caso. "Vamos entrar com uma representação pedindo a imediata retirada dos cartazes e a responsabilização da PM do Estado de São Paulo. Para nós, racista é a instituição", diz.
Polícia Militar e Acirp
Em nota, a PM informou que lamenta a percepção da entidade, classificando-a "equivocada e exagerada". De acordo com a corporação, na arte do material impresso o "criminoso" foi representado "pela caracterização de uma 'silhueta', por estar na penumbra, observando a sua vítima à espreita atrás de um poste, usando, para tanto, da sombra existente no local."
Em nota, a PM informou que lamenta a percepção da entidade, classificando-a "equivocada e exagerada". De acordo com a corporação, na arte do material impresso o "criminoso" foi representado "pela caracterização de uma 'silhueta', por estar na penumbra, observando a sua vítima à espreita atrás de um poste, usando, para tanto, da sombra existente no local."
Já a Acirp informou que, apesar de parceira da PM na campanha, não foi responsável pela elaboração do material. A associação disse ainda que considera que o racismo, além de crime, "é conduta abominada pela Acirp e não condiz com o perfil democrático e de livre iniciativa sempre defendido pela entidade.".
Essas chamadas ongs chegam a um exagero tão grande, que fazem da vida das pessoas um verdadeiro inferno.
ResponderExcluirAo invés de combater a gente acaba até acreditando que elas produzem racismo
Tudo pra eles é racismo, preconceito, descriminação e um monte de baboseiras sem nenhum sentido.
Eu sou desenhista e sempre quando se usa uma silhueta é exatamente pra não identificar personagem,
E se pintasse o fundo preto com silhueta branca resolveria? mas, será que também não seria racismo? ah tá!! e que tal pintar o Zé carioca e o seu amigo Nestor?
São interpretações no mínimo, sem sentido