Polícia não deve afrontar o povo com ameaças, diz ministro sobre protestos
Aldo Rebelo criticou protestos da polícia contra a Copa do Mundo. Segundo ele, foram investidos quase R$ 2 bilhões na segurança pública.
20/05/2014 11h41 - Atualizado em 20/05/2014 11h41
Do G1 AL
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, criticou, nesta terça-feira (20), em entrevista à Rádio Gazeta, em Maceió, as constantes mobilizações das polícias que aconteceram em todo o país recentemente em protesto contra a Copa do Mundo. Foram realizadas paralisações em diversos estados para, entre outras reivindicações, denunciar a falta de estrutura para a realização dos serviços durante o mundial.
Segundo Rebelo, a atuação da polícia durante a Copa não pode ser em forma de protesto. “As instituições do Estado não devem afrontar o povo com ameaças. Só no Brasil as instituições armadas fazem greve contra o interesse público", reclamou.
O ministro também rebateu as críticas feitas durante as manifestações, de que o evento não deixará nenhum legado. "Foram investidos quase R$ 2 bilhões na área da segurança pública", afirmou ao ressaltar que este investimento beneficiará a população mesmo após o mundial.
Rebelo elogiou ainda a decisão tomada no início do ano pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a proibição de greve da Polícia Federal. "Polícia armada é para proteger o público, não para se tornar um problema”, destacou.
A respeito das manifestações contrárias à Copa do Mundo, Rebelo disse que as mobilizações pacíficas são permitidas, mas as que usam da violência não podem ser toleradas. “Parece que as pessoas querem impor sua reivindicação pela violência. Em um pais democrático, a ordem tem um caráter democrático”, disse.
Questionado sobre sua atuação como militante de esquerda em protestos no passado, o ministro disse que participou de manifestações como estudante, mas que nunca usou máscara.
“Nunca me escondi para protestar na época do regime militar. E hoje, em plena democracia, quando a polícia mais protege os manifestantes, porque usar máscara?”, questionou Rebelo, ao acrescentar que, quem usa máscara, não está bem intencionado.
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