Informação policial e Bombeiro Militar

terça-feira, 12 de julho de 2011

Resistência à prisão 148 mortos em 3 meses.

Polícia: 148 morreram em resistência à prisão em 3 meses em SP

Simone Sartori
Direto de São Paulo
O delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, apresentou na tarde desta terça-feira o primeiro balanço sobre a investigação dos últimos três meses sobre mortes por resistência policial. Segundo o DHPP, em três meses foram registrados 129 casos de resistência, com 148 mortes e 55 prisões em flagrante.
 
A área de atuação da investigação do DHPP abrange capital paulista e Grande São Paulo. Do número total apresentado pelo levantamento, 30% dos crimes tiveram investigações concluídas e foram enviados para a Justiça e em apenas um caso, ocorrido em Santo André, foi constatado abuso do policial.
 
"O DHPP não investiga desvio de conduta e não está afeto a baixar a letalidade. O DHPP não tem essa legitimidade. A missão do governo estadual é investigar a resistência seguida de morte dando legitimidade à ação ou não. Não estamos aqui para passar a mão na cabeça de ninguém. É bom que fique claro: o desvio de conduta é com a Corregedoria, legitimidade da ação é conosco. Temos obrigação de falar a verdade e não vai ser diferente nessa nova atribuição que foi dada", afirmou o delegado Jorge Carrasco.
 
A nova delegação da DHPP, de investigar a legitimidade de ações policiais e casos de mortes por resistência à prisão, ocorreu após a divulgação do caso de uma mulher que presenciou uma execução e narrou, por telefone e em tempo real, para o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom).
 
O caso ocorreu em março. A testemunha não identificada presenciou a execução do criminoso Dileone Lacerda de Aquino, que foi levado pela Polícia Militar para o Cemitério das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, e foi morto por policiais com um tiro no peito. Mesmo tendo alegado que o suspeito resistiu à prisão, os dois soldados foram detidos e levados ao Presídio Romão Gomes, onde ficaram à disposição da Justiça.
 
Dos 129 casos apurados até agora, 87% envolvem policiais militares, 8% policiais civis e 5% de soldados das Guardas Municipais Metropolitanas. "Em todas essas ocorrências, existe a instauração de um inquérito pela PM e um trabalho conjunto com o DHPP na apuração desses crimes e, posteriormente, à Justiça comum. Existe uma tripla avaliação de conduta", disse o tenente coronel Edson Silvestre, da Corregedoria da Polícia Militar, que também participou do balanço apresentado pelo DHPP.
 
Silvestre afirmou ainda que o governo do Estado prevê investimentos para ferramentas inteligentes para mapeamento de crimes. "A PM tem chegado com mais rapidez aos locais, que diminuem a possibilidade de confronto. O PM não procura, ela reage ao confronto. Com esses recursos, a probabilidade de existir confrontos é menor. Após a resolução (de trabalho conjunto com o DHPP), em apenas 18% desses casos houve mortes. Em 82% desses casos, não houve mortes", disse o tenente coronel, que não soube informar, no entanto, dados anteriores à resolução do governo estadual.
 
Segundo Silvestre, entre janeiro de 2011 até a última segunda-feira, dez PMs morreram em serviço e 18, em horário de folga agindo em razão da função. "Os policias militares também são vítimas e não existe conivência institucional", disse. "Todos os outros 70% dos casos (investigados pelo DHPP sobre casos de resistência seguida de morte) estão em andamento. A maioria ainda estamos esperando laudos técnicos", afirmou o delegado Jorge Carrasco, que disse que o efetivo do DHPP foi reforçado para apurar casos de homicídio e resistência seguida de morte.

Fonte: Terra http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5237975-EI5030,00-Policia+morreram+em+resistencia+a+prisao+em+meses+em+SP.html

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