Publicado em 23/7/2011, às 18h42 | |||||
Última atualização em 23/7/2011, às 18h42 | |||||
Elisandra Bezerra Sul Fluminense O efetivo da Polícia Militar na região Sul Fluminense é duas vezes menor do que o recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas) - um policial para cada 250 habitantes. Na região há, pelo menos, um policial militar para cada 587 pessoas. São 20 os municípios que compõem a área do 5º CPA (Comando de Policiamento de Área), responsável pelo policiamento da região. A área está subdividida em quatro unidades operacionais: o 10º Batalhão (Barra do Piraí), 28º (Volta Redonda), 33º (Angra dos Reis) e o 37º (Resende). O 10º BPM é responsável - além do município de Barra do Piraí - pelo policiamento ostensivo dos municípios de Valença, Vassouras, Miguel Pereira, Piraí, Paty do Alferes e Avelar. O 28º BPM, com sede em Volta Redonda, responde ainda pelo policiamento de Barra Mansa e Pinheiral. O 33º BPM, além de Angra dos Reis, é responsável pelo policiamento de Mangaratiba, Paraty e Rio Claro. Já o 37º, além de Resende, cuida do policiamento de Itatiaia, Porto Real e Quatis. A extensão territorial do 5º CPA é de 9.835,297 km², com uma população estimada de 1.175.394. De acordo com o coronel Marcos Alves dos Santos, comandante do 5º CPA, as unidades operacionais da polícia somam um efetivo de cerca de 2,3 mil policiais. Segundo ele, o batalhão com maior efetivo é o 10º, com sede em Barra do Piraí. O que tem o número menor de policiais é o 37º (Resende). No entanto, por uma questão de estratégia, o comandante não divulgou o efetivo de cada batalhão. O coronel avalia, no entanto, que a ONU tem uma relação ideal de polícia e população e que seria desigual uma correlação com o efetivo da Polícia Militar da região. - A polícia não trabalha baseada na recomendação da ONU. Essa relação está distante da nossa realidade. Numa realidade europeia, nos Estados Unidos ou na zona sul do Rio ela pode se aplicar bem, mas a nossa condição de interior nos dá outros fatores que vão influenciar na aplicação real - avaliou o coronel. De acordo com ele, um dos fatores que influenciam nesse quantitativo é a extensão territorial. - Essa relação da ONU não leva em conta a extensão territorial, mas apenas habitante/policial. Temos que considerar a extensão da área e a forma como o policiamento é aplicado. Quando temos uma densidade demográfica maior, é lógico que vamos aplicar uma divisão diferente de uma determinada área menor. Em Copacabana, por exemplo, há muito mais moradores do que temos em Pinheiral. Se avaliarmos a extensão territorial, a de Pinheiral é muito maior que a de Copacabana, e por isso temos mais policiais [no município]. Não podemos ficar presos a números, até porque a aplicação do policiamento é muito mais efetiva dependendo de quais estratégias são estabelecidas - pontuou. Segundo Alves, a Polícia Militar realiza periodicamente concursos públicos para complementar os efetivos dos batalhões em todo o Rio de Janeiro. - A PM busca completar o efetivo com a realização de concurso todos os anos. Este ano já foi realizado um, e há a previsão de outro para o início do ano que vem - informou. Na opinião do estudante Álvaro Luiz, de 18 anos, a segurança não depende da quantidade de policiais nas ruas, mas da estratégia de policiamento. - Se a tática de policiamento é boa a segurança se torna mais eficaz - avaliou. O técnico em informática Norival Vicente de Oliveira, de 32 anos, disse que morar em cidade de interior tem suas vantagens. Ele é da opinião de que "quanto mais policiais, melhor", mas considera a região tranquila. - Moramos em cidade de interior, e a criminalidade não é tão intensa como a de grandes centros. Percebo a presença da polícia e sinto segurança - avaliou. Redução nas incidências criminais O comandante informou que, mesmo com o efetivo menor do que o recomendado pela ONU, dois batalhões do 5º CPA (os de Volta Redonda e Resende) conseguiram no primeiro semestre de 2011 - pela segunda vez consecutiva - bater as metas de redução das incidências criminais estabelecidas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. - São resultados que comprovam que o efetivo é compatível. Os índices de criminalidade (letalidade violenta, roubo de veículos e roubo de rua) são avaliados a cada seis meses. Estes índices reduziram em duas unidades do 5º CPA, e recebem o prêmio neste semestre os 28º e 37º batalhões. Talvez com um efetivo maior a redução fosse ainda mais significativa, mas isso é só uma suposição - disse. Segundo ele, desempenhar bem a função de policiamento não deve ser baseada somente em número de policiais: é também importante levar em consideração a condição das viaturas e a estratégia de policiamento. - Viaturas mais novas nos dão mais condição de patrulhamento e, consequentemente, à redução da prática dos delitos. Temos comunicação de qualidade, e atualmente aplicamos o policiamento de maneira mais moderna e mais eficiente. E essa eficiência pode ser medida por meio das metas estabelecidas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública que conseguimos bater - enfatizou. Além disso, o coronel atribui o bom desempenho das unidades do 5º CPA às estratégias de policiamento estabelecidas entre os comandantes e os policiais. - O resultado positivo alcançado na área do 5º CPA se deve primeiro à forma do policiamento aplicado. Os comandantes de todos os batalhões estabelecem o policiamento de uma forma a prevenir o delito. O acompanhamento estatístico que a gente utiliza atualmente se antecipa ao acontecimento, permitindo a prevenção e provocando uma redução gradual de todos os índices criminais - disse ao destacar que a redução dos índices criminais só é possível porque as polícias Civil e Militar trabalham em conjunto. - Esse é outro fator, porque quando falamos na relação policial/habitantes pensamos normalmente só na PM, mas temos que considerar que existe a Polícia Civil que também nos ajuda no resultado positivo. Estado deve cumprir seu papel, diz padre Juarez Líder do Movimento Resgate da Paz, o padre Juarez Sampaio foi categórico em relação ao efetivo da Polícia Militar na região. - O Estado deve cumprir o seu papel, principalmente em apoio ao trabalho do próprio policial. Se ele [o Estado] não coloca o número adequado de funcionários está sendo negligente - disse, destacando que o cidadão deve colaborar e atender os apelos em prol da segurança pública, que para o padre começam pela educação. Em relação à redução das incidências criminais na região, Juarez ressalta o trabalho conjunto dos órgãos de segurança pública - pelo menos em Volta Redonda. - Neste caso, a ausência da violência não virá com a grande quantidade de policiais na rua, mas com a educação do cidadão e outros aparatos de segurança pública, como a presença da Guarda Municipal e o monitoramento por câmeras, além da vigilância social dos movimentos que trabalham em prol de educação para a segurança. Acredito num conjunto de fatores - enfatizou. |
Fonte: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/5,43686,Efetivo-da-Policia-Militar-e-inferior-ao-recomendado-pela-ONU.html#axzz1T3EV5g5x
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