Chico Siqueira
Os parlamentares estavam afastados dos seus cargos desde o dia 8 de fevereiro, substituídos por suplentes devido a uma determinação do Ministério Público Estadual, que abriu ação para investigar indícios de fraudes de mais de R$ 570 mil na Câmara de Fronteira. A prisão preventiva, segundo a assessoria de imprensa do MP de Minas, foi pedida pelo promotor Alan Baena, que não quis dar entrevistas. No entanto, uma nota oficial do MP esclarece que a prisão foi causada pela descoberta de novas irregularidades cometidas pelos vereadores afastados.
Segundo o MP, os parlamentares deram prejuízo de mais de meio milhão de reais ao fazer uso irregular de verbas entre janeiro de 2009 e setembro de 2010. Neste período, eles teriam feito uso de uma lei para desviar de forma fraudulenta verbas indenizatórias. A lei, criada em 2008, autoriza os vereadores a reembolsar até R$ 3 mil por mês como indenização por atividade parlamentar, mas eles teriam usado despesas particulares para justificar os gastos.
Em uma das despesas, o MP constatou gasto com 169 mil litros de combustível no período. De acordo com o órgão, o que mais irritou os promotores foi o fato de os vereadores terem ignorado alertas das autoridades, continuando a adotar o mesmo procedimento. Resultado: foram processados e afastados.
Novos indícios de fraudes
Em nota divulgada pela assessoria, o MP informou que a prisão foi pedida porque, em março deste ano, foi descoberta outra irregularidade cometida pelos vereadores em janeiro: depois de serem acusados e denunciados pelo desvio de verbas, eles contrataram por R$ 5 mil, sem licitação e com recursos públicos, uma empresa para defender os parlamentares das acusações. Todos foram novamente denunciados e, nessa manhã, enquanto esperavam para a audiência, foram presos por determinação do juiz da 1ª Vara Criminal, que atendeu os pedidos do MP através de uma liminar.
Além do afastamento e da prisão, o MP também pede o ressarcimento dos prejuízos aos cofres públicos e a perda dos direitos políticos por improbidade administrativa. Os vereadores também tiveram seus bens indisponibilizados até o ressarcimento dos valores das verbas.
"A contratação da empresa além de ter sido promovida de modo arbitrário (...) se destinou à satisfação dos interesses particulares dos vereadores, mediante a constituição de relatórios técnicos falsos, que minimizassem as irregularidades existentes no pagamento de verbas indenizatórias e pudessem, dessa forma, melhor subsidiar suas defesas nos autos da Ação Civil Pública em desfavor deles movida para o ressarcimento dos danos causados ao erário", diz a nota do MP.
Fonte: Terra http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5249688-EI7896,00-Policia+prende+todos+os+vereadores+de+municipio+de+MG.html
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