Publicado em 01/02/2015, às 17h48
Do JC Online
Atualizada às 18h36
Foto: JC Imagem
Depois de um dia tranquilo de visitas no Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife, os detentos realizaram um princípio de tumulto na tarde deste domingo. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, houve uma confusão entre presos dos pavilhões I E P do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no final do horário de visitas. O Batalhão de Choque foi acionado. A confusão ocorreu um dia após tumulto que resultou na morte de um detento e deixou outros quatro feridos. Os presos se rebeleram devido à lentidão na entrada das visitas. Hoje, houve reforço no número de agentes penitenciários.
De acordo com o presidente interino do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Carvalho, nove detentos foram feridos a faca nesta tarde. "Os presos fazem isso porque querem mais regalias. Temos informação de que estão querendo direito a pernoite. O Estado tem que manter a ordem, mas vai dando crédito e eles fazem o que querem", afirma.
Após a confusão, um grupo de aproximadamente 100 pessoas, a maioria mulheres, se reuniu em frente ao presídio para protestar por mais informações sobre a situação dentro das unidades. Segundo elas, um detento foi morto, mas a informação não foi confirmada oficialmente.
CRISE - Uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e foi descoberto um túnel que serviria para a fuga dos detentos. Já nos primeiros dias de janeiro, o então secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou após quatro meses e uma semana no cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM, Eden Vespaziano. Na ocasião da posse, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou um pacote de medidas para melhorar a situação dos presídios de Pernambuco. A maior promessa foi acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais. No último dia 7, o Batalhão de Choque fez uma varredura nas três unidades do complexo e encontrou cerca de 40 armas e celulares.
O cenário de tensão vivenciado na semana passada com a rebelião que durou três dias no Complexo do Curado levou o governo do Estado a decretar estado de emergência no sistema penitenciário. O governador Paulo Câmara assinou, na quarta-feira, decreto com medidas que incluem a intervenção no Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, que está com obras paradas e deve desafogar as penitenciárias do Grande Recife. O estado de emergência tem prazo de 180 dias, período em que atuará a Força Tarefa.
O decreto cria uma força-tarefa que envolve nove secretarias: Justiça e Direitos Humanos, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Social, Controladoria Geral, Administração, Gabinete de Projetos Estratégicos e Procuradoria Geral do Estado.
O sistema prisional do Estado é proporcionalmente o mais superlotado do Brasil, com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Existem hoje cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil.
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