Informação policial e Bombeiro Militar

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Delegado acusa policial militar de agressão no Porto da Barra



Situação aconteceu depois que delegado começou a avançar o sinal e PM o abordou



Da redação

Correio da Bahia

 Foto: Reprodução



Delegado vai passar por cirurgia

O delegado Sergio Schlang, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acusa um soldado da 11ª Companhia Independente da Polícia Militar de agressão. O caso aconteceu na noite do domingo (5) no Porto da Barra e foi registrado na 14ª Delegacia e levado às corregedorias das polícias Civil e Militar. Schlang sofreu uma fratura no maxilar e está internado no Hospital da Bahia, onde passa por cirurgia nesta terça-feira.
O delegado contou que estava com o filho de 8 anos no carro passando pelo Porto da Barra por volta das 19h quando começou a atravessar a pista antes do sinal abrir. "Acabaram de passar os pedestres, o sinal já estava 'piscando' para eles, como meu filho acorda cedo e ainda tinha um trabalho a fazer, eu fui adiantando o carro devagar por cima da faixa", diz. Nesse momento, ele foi abordado por um policial militar armado, que segundo ele já chegou xingando.
"Tá vendo o sinal fechado não, seu f...?", questionou o PM, segundo o delegado. "Achei estranho esse PM já chegar assim, mas pensei 'se eu arrastar o carro ele pode atirar'. Os policiais militares têm feito ultimamente isso, aqui, no Rio, São Paulo... ". O delegado conta que, desarmado, desceu do carro e se afastou para o outro lado da rua, para afastar a situação do filho, que permaneceu no veículo.
Schlang então disse ao PM que também era policiail e trabalhava como delegado - quando levou uma coronhada. "Nunca imaginei que ele fosse me agredir. Me agrediu com a arma, pegou no meu queixo na parte de trás". O delegado se desequilibrou e caiu. "Ele veio me chutar no chão. Aí eu reagi e peguei ele pela perna e joguei ele no chão também, para imobilizar".
Corregedoria apura versões contraditórias
Foi quando dois outros PMs intervieram e afastaram a briga. O delegado insistiu em seguirem para a 14ª Delegacia, mas o PMs entendiam que o caso deveria seguir diretamente para a Corregedoria. O delegado Schlang foi então para a 14ª DT, onde registrou o caso, fez exames de alcoolemia e toxicológico e depois foi para a clínica COT, onde foi constatado que sofreu uma fratura na mandíbula. De lá, foi transferido para o Hospital da Bahia.
O soldado acusado pelo delegado, Soniel Amorim de Santana, é lotado na 11ª Companhia Independente de Polícia Militar. Ele já respondeu por lesão corporal por um caso que aconteceu durante serviço em 2008, na Pituba, mas a acusação foi arquivada por falta de provas.
Schlang acredita que o PM estava bêbado ao abordá-lo. "Senti forte odor de bebida alcoólica, acredito que ele estava realmente embriagado para ter uma atitude dessa", diz o delegado. A versão apresentada pelo soldado é de que o delegado estaria armado, avançou o sinal vermelho e jogou o carro em sua direção. "Ele disse que eu estava armado, que eu estava alcoolizado, quando não é verdade. Fiz exames de embriaguez e toxicológico", diz o policial civil, que também nega ter quase atropelado o soldado. "Ele que chegou por trás de mim, para me abordar'.
O delegado critica a atitude do soldado. "É uma pessoa completamente descontrolada, não pode estar na polícia. Um marginal travestido de PM. Eu sempre tive bom relacionamento com a PM, trabalho com homicídios, lido constantemente com a PM, sempre tive muito bom relacionamento, muito respeito, tenho parentes na Polícia Militar. Aí ele vem, mancha a instituição dele, mancha a instituição da Polícia Civil, mancha a Polícia da Bahia. Mancha o estado, que já vive uma crise de violência".
O soldado acusado não foi localizado pela reportagem, embora continue trabalhando, segundo informações da 11ª CIPM. Procurada, a Polícia Militar informou que o caso está sendo apurado com cuidado, já que os dois envolvidos apresentam versões que se contradizem. O soldado foi até a Corregedoria para PM para prestar esclarecimentos e depois foi liberado.

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