Informação policial e Bombeiro Militar

sábado, 28 de julho de 2012

O ouvidor-geral da Polícia quer menor carga horária e acompanhamento psicológico do efetivo da PM, alem de deixar de socorrer pessoas baleadas pela própria PM.

Ouvidor quer que policiais deixem de socorrer baleado

Agência Estado


O ouvidor-geral da Polícia do Estado, Luiz Gonzaga Dantas, vai encaminhar pedido para que policiais militares não socorram mais vítimas de tiroteios - um recurso muitas vezes usado para encobrir homicídios praticados pelos próprios PMs. Ele também propõe outras mudanças, como menor carga horária e acompanhamento psicológico do efetivo.

"Queremos que, no momento em que o policial estiver em um enfrentamento, quem faça o socorro seja o Samu ou o resgate. Policial não é médico e não tem especialização para fazer socorro", afirma Dantas. O ouvidor também afirma que os PMs precisam de uma melhor reciclagem. "Estamos propondo que equipes de psicólogos e psiquiatras das universidades públicas possam fazer parte desse grupo para avaliação psicológica do pessoal da polícia, principalmente desses que estão na linha de frente."

Ele citou como exemplo o caso da morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, no dia 18, baleado durante uma abordagem da PM. "A gente observou que foram abordagens desastradas, inadequadas. Não é legítimo o policial usar arma de fogo contra veículo que furou barreira", diz.

Para o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, o policial deve socorrer a vítima que ainda esteja viva para não cometer crime de omissão de socorro. "Se a pessoa ainda estiver viva, a obrigação é socorrer. Se já estiver morta, a polícia não deve mexer no corpo. Essa é uma forma de descaracterizar a posição dos cadáveres para impedir a realização da perícia. É preciso separar o socorro do pseudo-socorro."

Polêmica

Após afirmação da defensora pública Daniela Skromov Albuquerque, de que o Ministério Público Estadual está sendo omisso na investigação dos crimes cometidos pelos policiais, o órgão divulgou nota de repúdio. "A afirmação simplista de que há omissão por parte do MPE na apuração dos fatos revela a completa e total ignorância quanto ao trabalho sério, profissional e comprometido realizado por cada um dos promotores de Justiça envolvidos nas apurações", afirma o comunicado. Procurada, a Defensoria, fez questão de elogiar o MP e "registrar o respeito e a confiança no Ministério Público", afirma o comunicado. As informações são da edição de sábado do jornal O Estado de S.Paulo. (Artur Rodrigues)

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