Informação policial e Bombeiro Militar

sábado, 28 de julho de 2012

O MPF, o governador e a polícia

O Ministério Público Federal ameaça pedir o afastamento do comando da Polícia Militar paulista por suposta omissão em ocorrências...

Artigo

28/07/2012

O Ministério Público Federal ameaça pedir o afastamento do comando da Polícia Militar paulista por suposta omissão em ocorrências violentas e denunciados erros policiais. O governador reage, denunciando motivação política na ação e afirmando que o MPF deveria, antes, investigar omissões na esfera federal, que permitem a chegada de cocaína e armamentos a São Paulo. É justamente a presença da droga e das armas em poder dos criminosos, combatida pela polícia, que potencializa a violência.

A dura realidade, no entanto, é que vivemos uma grande crise social e moral. Na esteira das liberdades oferecidas à população depois do regime autoritário, veio também a liberdade que muitos se autoatribuem de desrespeitar as leis. Infelizmente, o Estado Brasileiro, enquanto festejava a chegada da democracia, foi omisso e negligente no controle social que a própria democracia sugere. Na omissão, cresceram os esquemas fraudulentos, as drogas e a criminalidade geral, a ponto de se estabelecer o poder paralelo que hoje ousa atacar o poder constituído e, por vezes, tenta subjugá-lo.

A polícia é apenas o ponto de atrito dessa crise. De sua atuação surgem os choques, conflitos e até as mortes, por vezes resultantes de erros operacionais. Pela própria natureza das coisas, apenas as falhas ganham repercussão. Os acertos correm normalmente, por conta do dever de ofício. As falhas são pontuais, apuradas e punidas conforme os regulamentos. Pior seria a omissão da ação policial, que não causaria conflito, mas seria generalizada, deixando a marginalidade à vontade para agir.

Bom será o dia em que a polícia deixar de ser esse vilão de que setores procuram fantasiá-la. Isso, no entanto, só ocorrerá no dia em que outros filtros sociais também estiverem funcionando e impedindo que a população seja obrigada a conviver com as drogas, as armas, a fraude, os fugitivos, os menores abandonados e os parias da sociedade. Quando não houver mais droga e nem armas ilegais para apreender, assaltantes, sequestradores e outros criminosos para perseguir, a polícia poderá, finalmente, recolher-se a outras atividades menos violentas e mais técnicas. Seus integrantes poderão, até, gozar de um certo conforto profissional. Mas, para isso acontecer, muitos problemas sociais, que não dependem da polícia, têm de ser resolvidos.

Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo.

Fonte: dgabc

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O autor desse Blog não se responsabiliza pelos comentários aqui postado. Sendo de inteira responsabilidade da pessoa que o fez as consequências do mesmo.