Benefício de R$ 550 para policiais dos estados que vão sediar jogos do Mundial já poderia ser pago
Mas nenhum estado aderiu ao programa. Governadores não querem ter de aumentar os salários depois de 2014
Nem só de aeroportos, estradas e estádios precários são feitos os problemas do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014. O principal programa do governo federal de capacitação de policiais e bombeiros que atuarão nas cidades-sede(1) dos jogos está longe de sair do papel. Apesar de que os primeiros repasses referentes à Bolsa Copa, um benefício no valor inicial de R$ 550 pago pela União aos profissionais da segurança enquanto eles estiverem em treinamento, já pudessem ser creditados a partir deste mês, nenhum dos estados onde haverá partidas do Mundial aderiu ao projeto. O empecilho maior é a obrigatoriedade de governadores elevarem o salário de todo o quadro, depois do evento esportivo e quando acaba o incentivo com recurso federal, ao patamar mínimo de R$ 3,2 mil.
Outro entrave vem dos estados que, apesar de não sediarem os jogos, reivindicam o direito de serem contemplados com o benefício. Na avaliação do presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública, Gustavo Ferraz Gominho, a Bolsa Copa, da forma que está, trará mais problemas do que soluções. “Temos discutido bastante o tema e, hoje, o principal obstáculo para os estados aderirem ao projeto está na condição de arcar com os salários aumentados dos policiais após 2014. Alguns estados têm orçamento para isso, podem se organizar, mas outros não têm a menor condição de assumir tal compromisso. Não acredito que estado algum vá participar da Bolsa Copa da forma como ela foi criada”, destaca.
Ouça entrevista com o presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública, Gustavo Ferraz Gominho
Diante de tanta pressão, o Ministério da Justiça — que previu atender a mais de 200 mil policiais com a bolsa progressiva, que em 2014 chegaria a R$ 1 mil — não descarta a ideia de modificar as regras do jogo. Secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri destaca como possível solução uma remontagem dos critérios a partir das reivindicações ouvidas em diversas reuniões feitas com os estados. Para tanto, de acordo com o secretário, será necessário também recalcular os gastos da União com o programa, previstos inicialmente na casa do R$ 1 bilhão. “Temos limitações de orçamento, então teremos que conversar mais para chegar a um consenso. Mas vemos como ponto fundamental dialogar com as bases”, pondera Balestreri.
A preocupação com os recursos vem da reclamação dos estados que, no formato atual do programa, não serão beneficiados. E também daqueles que, mesmo contemplados, discordam da ideia de treinar apenas os profissionais que atuarão diretamente no evento. Para Neitonio Freitas dos Santos, vice-presidente do Conselho Nacional de Comandantes Gerais da Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros, restringir a amplitude do benefício é enxergar a segurança pública de forma equivocada. “A Copa não se resume às unidades da Federação onde haverá competições. É lógico que Alagoas será impactado, pois o turista que estará no Recife vai querer vir para cá. E aí, como vamos dar apoio? Outra questão é que somos uma corporação. Não adianta ter 15 bombeiros ou policiais preparados para agir diretamente no estádio e o resto estar desqualificado. Defendemos níveis diferentes de capacitação, mas para todos”, diz o comandante dos Bombeiros em Alagoas.
De acordo com o decreto que a criou, a Bolsa Copa estabelece como possíveis beneficiários os policiais civis, militares e bombeiros que atuarão nos eventos esportivos. Tal determinação, segundo Gominho, provocará uma cisão entre as categorias, trazendo inclusive problemas de natureza disciplinar e reivindicações internas. “Nenhum estado vai querer aderir porque sabe dos conflitos que surgirão dentro da instituição dele. Você não pode ter a polícia do Rio e a de São Gonçalo, a de São Paulo e a de São Bernardo. Recife e Olinda, por exemplo, são tão próximas que o turista nem sabe quando passa de uma para a outra. É correto fazer diferenciação, fomentando um nível de policiamento distinto entre os dois?”, questiona o presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública e também titular da pasta na Paraíba.
A solução, na avaliação de Gominho, cujo estado não sediará os jogos, está na revisão do benefício. “Achamos melhor baixar o valor da Bolsa Copa, desde que atenda a todos, do que dar um valor alto para alguns. Além disso, a União teria que continuar bancando esse incentivo até que os estados tivessem condições de arcar com o ônus. Entendemos como importante que o profissional permaneça recebendo o mesmo valor, até porque ele entra em parafuso se de repente tem o salário reduzido em R$ 1 mil. Aí veremos uma rebelião, um motim, uma greve geral dos policiais”, alerta Gominho. Por enquanto, a revolta vem dos estados, que não aceitam as regras impostas para adesão ao programa. Dessa forma, fica cada vez mais distante o que também era uma tentativa do governo federal de forçar os governadores estaduais a melhorarem os salários dos profissionais da segurança pública.
1 - Os palcos dos jogos
Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo são os estados que terão jogos da Copa do Mundo. Em todos eles, as disputas oficiais ocorrerão nas capitais. Alguns treinos poderão ser feitos em cidades do interior desses estados.
Infelizmente, ainda temos outros problemas como os responsáveis de cada Estado/cidade/Município que irão selecionar os agentes que poderão participar dos cursos e também de receberem os benefícios como o Bolsa-Copa, onde em muitos locais como Estado/cidade/Município, vários representantes e responsáveis pela seleção dos agentes já haviam criado a lista ESCONDIDA de quem iria participar dos Cursos e do Bolsa copa sem ao menos a maioria dos agentes ficarem sabendo disso SOMENTE A PANELINHA SABIA DISSO, (LISTA CRIADA SOMENTE COM OS ESCOLHIDOS MAS TUDO NA SURDINA) SEM QUE OS OUTROS AGENTES QUE FICARAM DE FORA, MAL SABIAM DESTA LISTA E COMO TINHAM SIDO CRIADAS, ONDE ESTA FOI OCULTA E ESCONDIDA DOS DEMAIS AGENTES.Isto é um absurdo, pois todos os agentes deveriam estar ciente de quando e como foi criada esta lista para seus participantes, UM EXEMPLO SORTEIO ENTRE TODOS OS AGENTES. Sou GUARDA CIVIL MUNICIPAL DE GUARULHOS E ACHO ISTO UM ABSURDO. NESTE CASO JÁ ME CHEIRA A UMA CORRUPÇÃO E AINDA NA CARA DURA. AGUÉM TEM QUE TOMAR UMA ATITUDE, POIS ISTO NÃO PODE ACONTERCER, A LISTA COM OS PARTICIPANTES TEM QUE SER CRIADA AS CLARAS E COM TODOS OS PARTICIPANTES JUNTOS E NÃO NA SURDINA E ESCONDIDA DE TODOS OS OUTROS GUARDAS CIVIS MUNICIPAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES COMO POLÍCIA CIVIL, POLÍCIA MILITAR E BOMBEIROS, ENTRE OUTROS.
ResponderExcluirEsse ministro fala que não acha correto uns ganhando a mais que outros ,e porque ele não explica essa distancia de salario do policial de Brasilia para com o restante do pais?Será que a policia de Brasilia tem mais responsabilidade de combater o crime do que os demais?
ResponderExcluirtem que atrapalhar a construção da arena da copa
ResponderExcluirPalhaçada, na verdade não foram os sorteados e sim os escolhidos, a corrupção continua até mesmo entre os policiais, o governo é o maior culpado ou dava a todos os policiais esse direito como fez no rio ou nada, todos tem o mesmo direito . Palhaçada mesmo. E quem fica de fora arruma um jeitinho brasileiro de ganhar esse por fora, pois é quem sofre somos nós cidadãos que vamos ficar a mercê dos policiais que não foram sorteados (escolhidos) e devem estar revoltados. Fuja da policia nesse carnaval, afinal você não sabe quem foi ou não escolhido.
ResponderExcluirimprecionante quando é para beneficiar a maioria
ResponderExcluirsurge logo impecilios.
eu acho é pouco, porque essa bolsa copa era p ser paga para todos os policiais do estado e não para uma minoria beneficiada
ResponderExcluirPago para os peixes da SDS e QCG, bem feito, pois até as vagas para os tais cursos, quando chegou pra indicar os Pms não representava nem 5% do efetivo do meu batalhão e os quase 5% esperam até hoje pra participarem dos cursos, quem sabe depois da copa não são chamados.
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