O presidente da Associação dos Bombeiros Militares de Alagoas (ABMAL), sargento Marcos Ramalho, denunciou, na manhã desta segunda-feira (30), em entrevista à Gazetaweb, que os militares estariam enfrentando verdadeiro caos para garantir a prestação de serviços à população alagoana, em virtude de problemas como a falta de material para operações como a de combate à incêndio, por exemplo. Segundo Ramalho, falta até capacete, que estaria sendo transformado em utensílio de uso coletivo, com bombeiros chegando a adquirir o material com dinheiro do próprio bolso para não contrair doenças de pele.
Outro problema, de acordo com a associação, diz respeito ao reduzido efetivo, que, segundo o sargento, é de 46,9% do ideal, o que reforça a preocupação dos militares, devido à proximidade com o carnaval. São 1.326 militares para os 102 municípios alagoanos, quando a lei de fixação de efetivo, reforça Ramalho, estabelece que 2.823 militares deveriam estar à disposição dos alagoanos desde o ano de 2003.
O problema relacionado ao efetivo traz reflexos diretos na qualidade do atendimento à população. Isso porque apenas três equipes estão dispostas ao longo de 230 km de praias na Grande Maceió: no Francês, Mirante da Sereia e Cruz das Almas. “Nós temos de alertar à sociedade de que a culpa não é nossa, já que muitos vivem a reclamar da demora no atendimento. Isso quando não falta viatura e até água no carro de combate à incêndio. Somos verdadeiros heróis por trabalharmos nesta situação”, comentou o sargento.
Ainda de acordo com Marcos Ramalho, Alagoas dispõe de apenas uma equipe de mergulho para cobrir todo o Estado. “A demanda é tão grande que não há tempo de os bombeiros realizarem a higienização do capacete, já repassando o material para o companheiro. Hoje, se registrarmos três ocorrências de salvamento simultaneamente, a terceira vítima terá de esperar a conclusão dos dois primeiros atendimentos para ser socorrida”, complementou o sargento, lembrando que, a cada seis minutos, as chances de sobrevida do paciente diminuem em cerca de 10%.
“No caso de incêndio, um militar entra na área das chamas e, ao sair, cede o capacete ao colega. Por tudo isso, o carnaval deste ano se tornou prenúncio de problema, já que a demanda deve aumentar nos dias de folia”, reforçou o sindicalista, lamentando a ‘ausência de previsão concreta para realização de concurso público’.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros informou que já está a elaborar resposta às denúncias.
Por: Gazetaweb
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