Quentinhas não agradam PM´s que preferem tickets.
Apesar da qualidade da refeição, o modo servido não é adequado
As quentinhas foram recolhidas e distribuídas em bairros da capital (Fotos: Amese) |
Uma reivindicação antiga dos militares fez parte de uma manifestação solidária da Associação dos Militares de Sergipe (Amese). A distribuição das refeições para os PM´s em serviço não agrada a categoria. Para chamar a atenção do comando da Polícia Militar os gestores da Amese recolheram as quentinhas dos militares, que doaram de forma voluntária, e distribuíram com a população carente de bairros da capital. O ato fez parte do calendário do Movimento Tolerância Zero.
A informação, de acordo com o gestor da Amese, sargento Edgar Menezes, é que apesar da boa qualidade da quentinha, o cardápio padronizado e o horário, muitas vezes, servido horas após o preparo não atende as necessidades dos militares.
“Não é que a comida não seja de boa qualidade, no entanto, não se adéqua a dinâmica da PM. Um exemplo é que as quentinhas chegam por volta das 11h30, se um militar pegar um flagrante vai ter que ir a delegacia para registrar a ocorrência e pode sair de lá somente às 16h. Com certeza essa comida não estará boa. Outro problema é que a alimentação não é saudável, ou seja, muitos policiais têm restrições em comer mais sal ou menos sal e como o cardápio é único não conseguem fazer a alimentação e acabam pagando do próprio bolso”, diz.
Os gestores da Amese reivindicam o ticket alimentação |
Edgar Menezes lembra que o ambiente onde ficam acondicionadas as quentinhas também não é adequado. “Não existe um ambiente adequado para guardar a quentinha até que o policial volte para o posto para fazer a refeição”, frisa o gestor que denuncia um problema ainda mais grave.
Em postos do interior do Estado, os militares recebem os alimentos e precisam contratar, pagando do próprio bolso, uma cozinheira para preparar as refeições. “Por exemplo, estive visitando a cidade de Divina Pastora e lá tem 30 dias que os policiais compram a alimentação do próprio bolso. No posto da CPRV de Simão Dias chega o gênero e os militares contratam uma pessoa para fazer a comida”, salienta Edgar que afirma que a pratica é comum no interior do Estado.
O gestor ressalta que é preciso resolver a questão com ações compatíveis com o trabalho dos militares e aponta como solução o ticket alimentação. “A solução é simples é esperar vencer o contrato e providenciar o ticket alimentação. Não vai ter gasto com água, transporte e energia. Por ano são gastos 4 milhões de reais em alimentação, mais 120 mil de gás de cozinha, além de água, luz e dos equipamentos para fazer as refeições. Estão na contra mão da modernidade e para a saúde do policial é mais adequado porque pode pegar seu ticket e fazer a refeição em um local próximo a sua área de atuação. Dessa forma escolher um cardápio adequado com mais verduras, saladas, menos sal ou mais sal”, analisa.
A equipe do Portal Infonet conversou com o adjunto da assessoria de comunicação da PM, capitão Charles Victor, que reconheceu que a solicitação da tropa é antiga. “Essa forma do ticket alimentação não depende somente da vontade da Polícia Militar, é preciso alguns estudos para saber se é viável economicamente. Tenho conhecimento que já foi encaminhada uma proposta no sentido de mudar essa forma de alimentação, mas é preciso fazer alguns questionamentos a PGE [Procuradoria Geral do Estado]”, esclareceu o assessor que ficou de encaminhar resposta sobre o andamento dessas propostas.
Por Kátia Susanna
Fonte: Infonet
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