Oficial da PM aconselha João Dias a desistir de denúncias
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
O policial militar João Dias, autor de denúncias de corrupção envolvendo o Ministério do Esporte, foi aconselhado por oficial da Polícia Militar do Distrito Federal a não insistir com as denúncias contra o governo do DF. É o que revela áudio obtido pelo GLOBO. A gravação mostra o major Neilton Barbosa, da Corregedoria da corporação, dando conselhos a João Dias para que ele voltasse atrás. Após a divulgação do áudio, o major foi afastado da corregedoria pela PM. O atual governador do DF, Agnelo Queiroz, foi ministro do Esporte entre 2003 e 2006.
Durante o depoimento que prestou à Polícia Militar, após ser preso semana passada, João Dias fez denúncias de corrupção que atingiram o secretário de Governo, Paulo Tadeu, e o chefe da Casa Militar, coronel Rogério Leão. Ele também ouviu do major Barbosa, por várias vezes, os conselhos de que o melhor seria não seguir adiante com as denúncias.
O major chega a perguntar se João Dias estava gravando aquela conversa, o que ele nega: "Você está gravando?", perguntou Barbosa. "Não, pelo amor de Deus. A gente grava bandido", respondeu o soldado. Só depois disso ele faz a primeira tentativa de convencer Dias a voltar atrás: "Você tem certeza que quer seguir com esse tipo de coisa? Porque você está se comprometendo e vai afundar mais ainda", diz o major Neilton Barbosa, em referência aos relatos do próprio João Dias, que admite participar de alguns atos de corrupção, como a compra do silêncio de Daniel Tavares, funcionário de um laboratório que acusou Agnelo de receber propina de R$ 5 mil quando ele era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em outro trecho, Barbosa destaca que Dias está "colocando o pé na cova". "O que eu tenho para te dizer: quer relatar, relata, mas você está colocando o pé na cova".
Como argumento para convencer João Dias, o major lembra que seria melhor para o soldado se ele respondesse apenas por lesão corporal, e não por corrupção. Na semana passada, Dias foi preso após em flagrante sob a acusação de agredir verbal e fisicamente uma secretária e um sargento que é segurança do Palácio do Buriti, sede do governo do DF. Na ocasião, o advogado de Dias, André Cardoso, afirmou que seu cliente teria sido procurado por emissários do governo do DF, que teriam deixado R$ 200 mil na casa de Dias. O advogado afirmou que seu cliente só aceitou o dinheiro para flagrar a tentativa de comprar o silêncio do soldado sobre irregularidades no Ministério do Esporte. Segundo o advogado do soldado, ele devolveu os R$ 200 mil no Palácio do Buriti.
"Olha só: dá um tempo, pensa no que você tá fazendo. Porque você está assim: réu confesso por corrupção passiva", diz Barbosa. No mesmo áudio, João Dias diz que o chefe da Casa Militar do DF, tenente-coronel Rogério Leão, foi à sua casa entregar R$ 250 mil para que ele repassasse a Daniel Tavares. Ele disse que isso compraria o silêncio de Tavares, que é seu amigo, além de fazê-lo negar as denúncias que havia feito. João Dias também afirma que a entrega do dinheiro foi gravada, uma vez que ele mantém 32 câmeras na sua residência.
Em nota, a Polícia Militar informou que “determinou ao Departamento de Controle e Correição da Corporação (Corregedoria) o imediato afastamento do Oficial mencionado, instauração de Inquérito Policial Militar e solicitação do conteúdo das informações para análise e perícia. Ainda, informa que convidará o Ministério Público Militar do Distrito Federal para acompanhar todos os atos da investigação".
O major Adriano Meirelles, chefe da comunicação Social da PM, disse que o inquérito tem prazo de 40 dias, prorrogáveis por mais 20. Segundo ele, até a conclusão do inquérito, o major Barbosa ficará afastado das funções da corregedoria, mas evitou falar em punições, uma vez que o inquérito está apenas no começo. Meirelles também disse que, desde o episódio da semana passada, no Palácio do Buriti, o comando da PM tem reunido documentos para instaurar um conselho disciplinar, que vai apurar a conduta de João Dias. O conselho poderá resultar na expulsão de Dias da corporação.
Da Agência O Globo.
Esse PM João Dias não se acha bandido da mesma láia da quadrilha que ele denúnciou. Coitado do cara,QUE "INJUSTIÇA" estão fazendo com ele,né verdade? Pois é,agente colhe o que planta. Muita gente se destrói pela ganância. sd 31 mil do 22BPM(Surubim)
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