Aprovação de reajuste mostra ruptura entre policiais
O discurso dos agentes e escrivães da polícia civil foi corroborado pelos policiais militares que reclamaram que a diferenciação só desagrega a polícia
A grande movimentação das categorias de trabalhadores na Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira, 26, revelou algumas rupturas entre a classe policial. Isso porque o governo contemplou os delegados com um aumento de 5% além dos 5,7% que as demais categorias levaram com o reajuste linear deixando de fora as demais classes da Polícia Civil, além da Polícia Militar a qual o Governo sequer cogitou negociar em separado neste ano. O discurso dos agentes e escrivães da polícia civil foi corroborado pelos policiais militares que reclamaram que a diferenciação só desagrega a polícia.
Perguntado se a aprovação do reajuste para os delegados poderia provocar uma ruptura na classe policial, o sargento Vieira da Associação da Caixa Beneficente da PM disse que a ruptura já estava feita havia muito tempo. “Ainda podemos pegar um macaco hidráulico e tentar juntar, mas nesse passo que está sendo dado pode ter certeza de que se Sergipe é o país do forró, neste ano nem povoado será, talvez se muita sorte tiver será um arraial”, afirma.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Antônio Morais, falou que a inserção de última hora do reajuste para os delegados foi velada para confundir os demais servidores.
“Nós presenciamos agora um estelionato com os trabalhadores, o mundo está de cabeça para baixo, agora não vai ter policiamento no forró e alguns deputados e coronéis que tem empresa de segurança vão gostar disso”, aponta.
O presidente da Associação dos Delegados de Sergipe Kássio Viana lamentou a posição das categorias policiais e disse que a partir de agora a relação das policias iria mudar.
“Nosso reação em relação às outras categorias vai mudar, porque não é possível eles questionarem o nosso aumento. Nunca pisamos nessa assembléia para pedir nada contra categoria nenhuma, pode ter certeza que nossa relação com as outras categorias vai mudar. Pedir para que uma categoria perca aumento é um absurdo, tudo bem que eles peçam para ter o mesmo reajuste que o nosso, mas pedir para que nós não tenhamos reajuste é inaceitável”, destaca.
O deputado líder do governo Francisco Gualberto (PT) tentou jogar panos quentes na discussão e ressaltou as negociações que já foram feitas e cumpridas com a polícia em anos anteriores.
“É preciso que haja respeito e que as relações sejam civilizadas. Todos sabem o que o governo fez pelas duas categorias, tanto civil e militar. Nós aprovamos hoje o projeto que formaliza o pagamento do salário mínimo e o reajuste dos servidores e o reajuste para delegados de policia. Não tem como algo ser escondido quando se trata de Assembleia legislativa, até porque essas reuniões são feitas em presença da imprensa“, finaliza.
Por Bruno Antunes
Fonte: Infonet http://www.infonet.com.br/politica/ler.asp?id=113656&titulo=politicaeeconomia
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