Mortes de bandidos em confrontos com polícia colocam comissão da OAB em alerta em Santa Catarina
Elaine Stepanski FLORIANÓPOLIS |
Um novo confronto entre policiais e bandidos, na última quinta-feira (4) resultou na morte de dois criminosos, desta vez, no município de Itajaí. Com este novo caso, chega a nove o número de bandidos mortos em confrontos com policiais em apenas cinco dias no Estado.
Zé Rogério/RICTV
O último confronto ocorreu na manhã de quinta-feira, em Itajaí
No embate em Itajaí, a Polícia Militar se deslocou até a rua Albino Gugelmin, no bairro São João, após receber denúncias de que criminosos estariam planejando a execução de um agente prisional. Ao chegar ao local, de acordo com informações repassada pela tenente Marcela Maciel do 1º Batalhão da PM de Itajaí, os bandidos recepcionaram a guarnição com tiros.
A troca de tiros resultou na morte de Wiliam Tayson Nunes, 27 e Valdivino Rodrigues. Wiliam respondia por dois tráficos, roubo, assalto, uma receptação, porte de arma e associação criminosa. “Não temos informações detalhadas sobre a ficha do segundo criminoso morto, mas ele tinha passagens na polícia também”, garante a coronel.
Na terça-feira (2) dois bandidos também morreram, após um policial rodoviário federal reagir a uma tentativa de assalto, às margens da SC-401 no bairro João Paulo.
Já o primeiro confronto ocorreu no último domingo, quando cinco bandidos foram mortos por agentes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, em tentativa de assalto a um banco em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis.
O alto índice de mortes resultantes de confronto nesta semana colocou em alerta a Comissão de Segurança, Criminalidade e Violência Pública da OAB-SC (Organização dos Advogados do Brasil).
De acordo com o advogado e especialista em criminologia, Sandro Sell, a organização está acompanhando cada caso e pedindo informações para analisar a situação. “Indicadores da ONU (Organização das Nações Unidas) dizem que quando o número de mortos é superior ao de feridos há excesso no uso da força. Estes números começam a nos preocupar, mas analisaremos cada caso e veremos se as ações foram justificáveis. Esperamos as informações para agir junto com o MP (Ministério Público) e dar os encaminhamentos, caso seja necessário”, afirma Sell.
O comando geral da Polícia Militar de Santa Catarina garante que não compartilha da ideia de usar de arma letal, só em casos extremos, mas o crescente aumento no número de mortes em confrontos é explicado pela reação dos bandidos, que segundo o órgão fugiu a normalidade.
“Audácia de marginais, tem levado polícia a atirar”, afirma capitão da PM, em Criciúma
Agir em legítima defesa. Amparados por esta lei, policiais precisaram agir com o uso da força extrema nos últimos dias, em diversos ações nos municípios catarinenses, resultando na morte de nove bandidos em apenas cinco dias. A ação, questionada por alguns, é defendida pelo capitão do 9º Batalhão da PM, em Criciúma, Eduardo Moreno. “Nenhum policial quer usar da força extrema, mas a audácia dos marginais tem levado a essa atitude. O policial só atira quando há necessidade extrema, em legítima defesa, ou seja, quando tem risco de morte para ele, ou para terceiros”, explica o capitão.
De acordo com Moreno, os casos de atirar são raríssimos, mas ocorrem diretamente na região do peito porque o poder de parada neste local é maior. “A ideia não é ser letal, mas o policial é treinado para atirar nessa região, e não na cabeça, braços e pés. A área de abrangência do peito é maior e o tiro é mais certeiro, então em casos extremos, ele não pode errar, é para se defender. E, se ele atira em outros locais corre o risco do bandido poder revidar”, explica.
Publicado em 05/09/14-07:31.
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