Segundo Sansão, os agentes farão paralisações surpresas em dias alternados e por tempo indeterminado. "A insatisfação é geral. Vai dos oficiais aos praças. O culpado do aumento da criminalidade é o governador, que deixou de cumprir as promessas de campanha. Não é justo que a PM tenha o pior salário da área de segurança no DF", reclamou.
Além das paralisações, os policiais que aderiram ao movimento reduziram o ritmo de atendimento das ocorrências e pararam de investigar alguns tipos de crimes. "A PM está de coração partido com o número de ocorrências em Brasília mas a culpa é do governador que não cumpriu suas promessas de campanha", disse.
A categoria cobra reajuste de 66,8%, reestruturação de carreira e reposição de perdas. Os PMs do DF recebem o segundo maior salário para a categoria no país, atrás apenas do Paraná.
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enquanto no Rio Grande do Sul o salário bruto de um soldado é de R$ 1.375,71, no Distrito Federal o valor chega a R$ 4.122,05, uma diferença de 200%. No Paraná, o salário é de R$ 4.838,98.
Na manhã de hoje, o governador Agnelo Queiroz (PT) se reuniu com os comandantes de todos os batalhões, chefes e diretores da Polícia Militar do DF. Ao final, ele disse que não iria mais tolerar a operação e prometeu tomar todas as medidas necessárias para acabar com a onda de violência, mas não as detalhou.
Agnelo garantiu que não irá negociar questões salariais com as associações dos PMs que estão apoiando o movimento por considerar que elas estão agindo com interesses políticos. "A vida é mais importante que a política. Por isso, a nossa PM, que tem comando, tem a obrigação de garantir a segurança pública no DF. A Polícia Militar tem comando, não tem sindicato. E todas as discussões sobre as reivindicações e necessidades serão tratadas com o nosso comandante geral da PM. [...] Não é admissível que se faça da polícia a luta política", disse.
O comandante da PM, Anderson Carlos de Castro Moura, anunciou que irá aumentar o efetivo policial nas ruas, colocando oficiais e praças para atender aos chamados da população.
Em janeiro foram 68 assassinatos, aumento de 38% sobre o mesmo período do ano passado. E os casos de violência, tradicionalmente concentrados nas cidades-satélites mais carentes, se multiplicam nas áreas mais nobres de Brasília.
"Estaremos a partir de agora com o expediente prorrogado e com todos os oficiais e praças nas ruas afim de intensificar a atividade policial nas ruas para garantir a paz e a tranquilidade e restabelecer a segurança na nossa cidade. Oficial é mais um PM. Ele estará pronto para atender as ocorrências e para fazer a fiscalização e o controle. Todos os coronéis da PM trabalharão na rua", disse Moura.
Sansão, no entanto, ironizou a intenção do governo. "Como vai aumentar efetivo se não tem? Isso é um desrespeito com os policiais e bombeiros, e principalmente, com a população de Brasília", disse.
Folha de S. Paulo
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