Após a publicação da reportagem sobre viaturas da PM que beneficiariam pontos comerciais de Belém, veiculada na edição de terça-feira (31) do DIÁRIO, a Promotoria de Justiça Militar do Estado decidiu abrir um inquérito policial para apurar as denúncias mostradas na matéria.
A ação partiu do promotor Armando Brasil, que pretende investigar todas as acusações de desvio de conduta da Polícia Militar em relação aos Postos Bases Estratégicos (PBE). “A intenção do inquérito é investigar esse suposto favorecimento que algumas viaturas da PM estão dando a estabelecimentos comerciais, ao invés de prestarem o serviço para a comunidade”, relatou o promotor.
Na reportagem, moradores dos bairros do Marco e Bengui e policiais militares lotados no 1º Batalhão da PM denunciaram que as viaturas estariam favorecendo a segurança de alguns pontos comercias da cidade, ao invés de fazer ronda pela comunidade. De acordo com a denúncia, no bairro do Bengui, onde a priori cinco viaturas estariam disponíveis para fazer ronda pelas ruas, apenas dois veículos estariam circulando pelo bairro. “Os outros três fazem a guarda de patrimônio privado, como um shopping e um condomínio na rodovia Augusto Montenegro. Enquanto isso, a população fica cada vez mais abandonada pela segurança. E o pior de tudo é que nós, que estamos na rua, levamos a culpa por isso”, criticou um soldado da PM.
Segundo o promotor, o que mais chama a atenção nas denúncias é que elas não partiram apenas da população. “Policiais militares também confirmam que os veículos estão beneficiando determinados pontos comerciais na cidade. Isso torna a
situação mais grave, pois mostra que parte da corporação da PM tem conhecimento dessa suposta irregularidade”, afirmou.
Ainda de acordo com Armando Brasil, o inquérito, que deve durar 40 dias, visa identificar todos os locais de onde partiram as denúncias para que as investigações apontem todos os envolvidos nesse esquema de corrupção. “A partir do momento que uma viatura da polícia, que é um patrimônio público, sai de sua função, que é beneficiar o coletivo, e passa a favorecer um determinado grupo, no caso alguns estabelecimentos comerciais, existem aí pelo menos dois crimes: corrupção passiva e peculato. E é isso que a Promotoria de Justiça Militar vai investigar”, ressaltou.
(Diário do Pará)
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