O ministro da secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Pepe Vargas, disse nesta quinta-feira (30), que a ação da PM do Paraná ao reprimir protesto de professores não foi aceitável. Cerca de 160 pessoas ficaram feridas no confronto desta quarta-feira (29). “O que vi nas imagens foi no mínimo um uso desmedido da força e uma violência desnecessária que, numa sociedade democrática, precisa ser debatido”, disse o ministro após participar de um evento na capital paulista.
Pepe Vargas buscou ser cauteloso ao comentar os fatos em Curitiba. Ele disse que a a ouvidoria da Secretaria de Direitos Humanos recebeu denúncias e que vai esperar a análise do material para decidir se vai tomar alguma ação concreta em relação ao caso. “Tenho também a responsabilidade de falar sobre os fatos concretos que estão sendo apurados na ouvidoria”, ponderou.
A confusão desta quarta-feira em frente da Assembleia Legislativa do Paraná já é considerada um dos maiores confrontos da história do País envolvendo manifestantes e a polícia. A PM usou jatos d’água, balas de borracha, cachorros da raça pitbull e bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para coibir o movimento.
O grupo, formado em sua maioria por professores da rede estadual de ensino, protestava contra a votação do projeto que autoriza o governador Beto Richa (PSDB) a usar recursos do fundo de pensão ParanáPrevidência como parte das medidas fiscais. O projeto foi aprovado com 31 votos a favor e 20 votos contra.
Nota do Senado
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado também se manifestou nesta quinta-feira (30) por meio de uma nota de repúdio à violência policial empregada contra os professores no Paraná. O texto, assinado pelo presidente da comissão, o senador Paulo Paim (PT-RS), faz críticas ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). “Foram cenas de horror que aconteceram em virtude da incapacidade de gerenciamento da situação por parte do comando da Polícia Militar local”, diz a nota.
Presidente Dilma Rousseff
A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), também repudiou a violência nos protestos, mas sem citar especificamente o caso do Paraná. “As manifestações dos trabalhadores são legítimas e temos que estabelecer o diálogo sem violência”, disse, durante reunião com líderes de centrais sindicais, em Brasília. “Para construir consenso e evitar a violência o único caminho existente é o caminho do diálogo”, completou.
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