A Operação Squadre da Polícia Federal prendeu 20 policiais militares e civis, entre eles um major da Polícia Militar e dois delegados da Polícia Civil. Eles estão entre as 31 pessoas detidas até o final da manhã desta sexta-feira (9).
De acordo com o delegado da PF Milton Rodrigues Neves, comandante da operação, o major é suspeito de chefiar uma das três milícias desmanteladas pela ação policial. Os delegados, por sua vez, agiam beneficiando integrantes ou pessoas indicadas pelas milícias mediante recebimento de propina.
Entre os policiais presos ainda há dois capitães, um sub-tenente, dois sargentos e cinco cabos da Polícia Militar, além de sete agentes da Polícia Civil. De acordo com a Polícia Federal, com os 31 suspeitos detidos foram apreendidas 16 armas clandestinas de vários calibres e uma grande quantidade de munição, incluindo munições de uso restrito.
O delegado comandante da operação explicou que os três grupos criminosos agiam de maneira independente, mas havia uma comunicação entre eles, principalmente no que dizia respeito à negociação de armas ilegais.
“Os grupos agiam de maneira própria, mas se comunicavam. A milícia que agia na prática de extermínio, negociava armas e munições com o a milícia que oferecia segurança particular clandestina, por exemplo. Os policiais de um dos grupos inclusive, fornecia armas para uma facção criminosa para que ocorresse confrontos com uma facção, que teve parte desarticulada pela Operação Esqueleto”, comentou.
Sobre a ação do major no comando de uma das milícias, Rodrigues Neves afirmou que o policial militar agia por meio de uma empresa de segurança de fachada, que oferecia o serviço de segurança particular. “Descobriu-se que a empresa tinha o número muito pequeno de funcionários para a quantidade de serviços oferecidos. Logo detectamos que policiais militares trabalhavam clandestinamente como seguranças particulares e que civis sem nenhuma licença portavam armas”, explicou. Ainda conforme apontaram as investigações, a empresa servia para lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Major da PM e delegados estão entre presos de operação da PF na Paraíba

Os dois delegados detidos não participavam ativamente de nenhuma das milícias, de acordo com Milton Rodrigues, embora tivessem ligações estreitas com integrantes. Em um dos casos, o delegado da PF comentou que a Polícia Militar apreendeu diversas vezes as mesmas máquinas caça-níqueis, que eram retidas e colocadas novamente nas ruas após pagamento de propina por parte dos proprietários ao delegado. Em outra situação, o outro delegado recebia uma quantia em dinheiro para fazer com que um inquérito contra alguém ligado a milícia fosse encerrado.
Todos os detidos na Operação Squadre foram levados para sede a Superintendência da Polícia Federal em Cabedelo, na Grande João Pessoa. De acordo com a Polícia Federal, além de João Pessoa, foram cumpridos mandados em Bayeux, Cabedelo, Santa Rita e Alhandra, na região metropolitana da capital; Mari, na Região da Mata Paraibana; Cajazeiras, no Sertão e outros dois no estado de Pernambuco, em Petrolina e Recife.
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