Rodrigo Pimentel diz que Manaus é a segunda cidade mais violenta entre as cidades sedes da Copa
Das 12 cidades sedes, Manaus é a segunda mais violenta, só perde para Recife, destaca o ex-capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel. Ele afirmou que a média de homicídios na cidade é de 40 para cem mil habitantes por ano. "Isso coloca a cidade em um patamar muito ruim", considera
Manaus (AM), 19 de Novembro de 2012
Rodrigo Pimentel cumprimenta o Vice Governador Melo (Divulgação/Agecom)
Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais do Rio de Janeiro (BOPE) é um dos palestrantes do Congresso Internacional de Segurança para Grandes Eventos, que começou nesta segunda-feira (19), no Tropical Hotel de Manaus. O evento está sendo promovido pela Polícia Militar do Amazonas (PM/AM) em parceria com os governos Estadual e Federal.
Atualmente, Pimentel é consultor de segurança independente e comentarista de segurança do canal Globo. O livro "Elite da Tropa" que originou o sucesso de bilheteria "Tropa de Elite" é de sua autoria.
Em uma breve entrevista concedida durante evento, Rodrigo comentou sobre assuntos relacionados à segurança nas cidades sede da Copa do Mundo e de como as cidades podem buscar soluções para os altos índices de criminalidade no país.
Qual a importância da polícia em um evento como Copa do Mundo?
Em um evento como a Copa do Mundo, a segurança pública não é coadjuvante, ela é protagonista. Nós estamos realizando uma Copa do Mundo em 12 cidades sedes, que lamentavelmente estão entre as cidades mais violentas do mundo. É uma triste realidade, apenas São Paulo está com o número de homicídios inferior de 10 homicídios por 100 mil habitantes ao ano. Todas as outras estão com 40 ou 35.
É sua primeira vez em Manaus?
É a quinta vez que venho a Manaus. Já vim em eventos, para ministrar cursos e visitar quartéis do exército como o Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva). Com a família já visitei a turismo. Posso dizer que foi a viagem mais marcante que fizemos até hoje, passear de barco pelo rio Amazonas. Eu sei o que isto aqui desperta no estrangeiro.
O que você sentiu como turista ao chegar a Manaus? Sentiu que estava em segurança?
Andei basicamente pela área do Porto, andei de barco e fui ao Teatro Amazonas. Enfim, fui a locais que vi o policiamento presente, onde eu não senti nenhuma sensação de medo. No entanto, eu conheço os índices de violência de Manaus. Das 12 cidades sede, Manaus é a segunda mais violenta, só perde para Recife. A média de homicídios daqui é em torno de 40 para cem mil habitantes por ano. Isso coloca a cidade em um patamar muito ruim.
Quem sabe este não é o momento de você pensar em um Ronda do Bairro ou quem sabe em um novo planejamento? O crime é alto em todo o país, mas existem cidades que estão buscando soluções que estão funcionando. A UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no Rio de Janeiro reduziu pela metade os homicídios em três anos, São Paulo reduziu de 65 assassinatos para dez por 100 mil habitantes em dez anos.
Hoje, São Paulo é a capital mais segura do país. As soluções são políticas públicas, tentativas, debate e transparência. É você divulgar os números para que a sociedade possa cobrar, para que a polícia possa replanejar suas ações. Basicamente é isso.
O senhor conhece o programa Ronda no Bairro?
Não. Mas conheço o programa que pode ter sido o inspirador deste, eu não sei, que é o modelo de Fortaleza. Mas eu olhei a viatura, achei fabulosa, bonita...me chamou a atenção ela ter insufilm, e o princípio da polícia é a transparência. Então não gostei daquilo.
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