da TV Record, e Alvaro Magalhães, do R7
6/10/2015 às 13h19 (Atualizado em 6/10/2015 às 16h41)
A Polícia Militar do Ceará informou, nesta terça-feira (6), que abriu procedimento para apurar o possível envolvimento de integrantes da corporação na sessão de tortura a um jovem rendido que tem a tatuagem raspada de suas costas com um facão. A ação foi gravada em vídeo e circulou em grupos de Whatsapp de policiais (a íntegra do vídeo está abaixo; as imagens são fortes).
Na segunda-feira (5), o R7 apontou que a farda usada pelo torturador é semelhante à da PM do Ceará: o brasão tem o formato de um retângulo sobre um semicírculo, a divisa possui as cores preto e dourado e o uniforme é composta de camisa de tom claro e calça de tom escuro.
Durante a sessão de tortura, enquanto o rapaz rendido chora e sangra, o torturador diz:
— Chore, não.
E, no final, pergunta:
— Está doendo? Está doendo?
De acordo com a major Cléa, do Setor de Comunicação da PM do Ceará, as imagens foram enviadas ao comando da corporação.
Inicialmente, o vídeo passará por uma perícia para confirmar sua autenticidade e a correspondência da farda à usada pelos policiais do Estado. Posteriormente, uma investigação deve ser iniciada para tentar identificar as pessoas que aparecem no vídeo.
O torturador parece ser destro, pois pratica quase todo o ato com a mão direita. Ele usa um relógio de pulso e possui algo que parece ser uma aliança no dedo anular esquerdo. A patente que aparece em seu uniforme é a de soldado. A pessoa que grava a cena também participa da tortura, desferindo dois violentos chutes na vítima com a perna direita.
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A major Cléa classificou como um “terror” a sessão de tortura gravada no vídeo.
— A corporação está chocada. A Polícia Militar repudia totalmente esse tipo de ação. Vamos trabalhar para que o caso seja esclarecido o mais rápido possível e, caso seja confirma a participação de policiais do Estado, vamos pôr para fora da corporação essas pessoas que representam uma mancha para nós.
De acordo com a major, a PM ainda não recebeu denúncias que possam dar conta de quando e onde a sessão de tortura ocorreu ou sobre quem são as pessoas que aparecem no vídeo.
Como denunciar
As autoridades cearenses informaram que denúncias podem ser feitas por meio de dois telefones: pelo Disque-Denúncia da Ciops (Coordenadoria Integradada de Operações de Segurança), cujo número é 181 e vale apenas para o Estado; ou pelo telefone da Controladoria-Geral de Disciplina dos Órgaos de Seguranca Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará, cujo número é (85) 3101-5042 e vale para todo o País.
O R7 também abriu um canal para receber informações sobre o crime. Caso você tenha alguma informação, pode enviar por aqui.
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