O enterro do policial militar Bruno Miguez, morto em um confronto com criminosos na Cidade de Deus na última quinta-feira (29), foi marcado pela comoção de colegas de corporação, amigos e parentes. Muitos dos presentes usavam camisetas com a foto do jovem e a frase "Eterno Moranga", apelido de Bruno. O pai do PM permaneceu encostado em uma árvore e amparado por familiares.
Ana Lúcia Miguez, mãe do policial, chorava sem parar o assassinato do filho. Ela lembra que pediu para ele não seguir carreira na Polícia Militar.
"Ele era o meu filho mais novo. Ele amava essa profissão, mas eu não queria. Ele foi reprovado na primeira vez que passou, mas insistiu e foi aprovado. Eu falei que ele ia morrer lá dentro", lamentou
Ana Lúcia disse que encontra forças para viver nos outros dois filhos, que apesar de adultos, precisam de sua ajuda. "Eu estou sangrando por dentro, mas eu tenho que sobreviver".
O comandante-geral das UPPs, coronel Pinheiro Neto, esteve no velório, mas não falou com a imprensa. Antes do enterro, militares fizeram a tradicional salva de tiros (veja no vídeo acima).
Ela afirma que Bruno trabalhava com uma grande carga horária e acabava visitando-a pouco. "Meu filho trabalhava todo dia. Tinha três meses de casado. Não teve lua de mel, não tinha folga. E o que eu ganho com isso? A morte do meu filho? Ele não vai voltar. Tem que melhorar o policiamento. Daqui a pouco não podemos mais sair de casa," desabafou.
O pai do jovem, Hermes Miguez, estava indignado e pediu punição à morte do filho. "É o segundo policial que o cara que atirou nele mata. Ele tem que ser pego. É isso que é importante. E não trocar a memória do meu filho por uma medalha ou uma bandeira".
Em meio ao clima de tristeza, Ana Lúcia passou mal e chegou a desmaiar. Ainda assim, ela tenta se apegar à memória do filho. "O meu filho foi um guerreiro. Ele honrou a farda que vestia".
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