Governo engaveta projeto de redução de assassinatos
Elaboração de um plano nacional contra homicídios foi suspenso por tempo  indeterminado
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BRASÍLIA - O governo suspendeu, por tempo indeterminado, a elaboração de um  plano de articulação nacional para a redução de homicídios, um dos pilares da  política de segurança pública anunciada pelo ministro da Justiça, José Eduardo  Cardozo, no início do ano. A decisão surpreendeu e irritou integrantes do  Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp), que acompanham a escalada da  violência no país. O Brasil é o país com o maior índice de homicídios do mundo  em termos absolutos — quase 50 mil por ano, 137 por dia — e o sexto quando o  número de assassinatos anuais é comparado ao tamanho da população.
Em janeiro, ainda embalado pelo ritmo da campanha do ano passado, Cardozo  anunciou que buscaria um pacto com os governadores, inclusive com os  oposicionistas, para preparar um grande plano de combate à violência. Em maio,  depois de longos meses de discussões internas, um representante da Secretaria  Nacional de Segurança Pública chegou a apresentar o esboço do plano numa reunião  do Conasp. A proposta seria enviada ao Palácio do Planalto e, depois, anunciada  formalmente como o plano do governo federal para auxiliar governos estaduais a  reduzirem crimes de sangue.
Mas, depois de passar pela Casa Civil, o plano foi discretamente engavetado.  No Conasp circula a informação de que a proposta foi vetada pela presidente  Dilma Rousseff. A presidente teria orientado o Ministério da Justiça a  concentrar esforços na ampliação e modernização do sistema penitenciário, no  combate ao crack e no monitoramento das fronteiras, áreas em que o governo tem  papel primordial, conforme a Constituição. Planos específicos de combate a  homicídios estariam a cargo dos governos estaduais.
— Ficamos sabendo que Dilma mandou devolver o plano porque a redução de  homicídios é papel dos estados e não do governo federal. Consideramos isso um  retrocesso e estamos cobrando que o governo apresente sua estratégia de  enfrentamento da violência — afirmou Alexandre Ciconello, representante do Inesc  (Instituto de Estudos Socioeconômicos) no Conasp.
Segundo ele, a equipe de Cardozo suspendeu até mesmo as discussões sobre o  Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) no âmbito do  conselho. Lançado em 2008 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o  programa reunia quase 100 diferentes ações com um objetivo central: reduzir o  índice de homicídios no Brasil de algo em torno de 26 por 100 mil habitantes  para 14 por 100 mil em 2012. O último  Mapa da Violência, divulgado pelo Instituto Sangari, informa que a média  nacional de homicídios é de 26,2, um número bem distante da meta  original.
Conselho exige esclarecimentos
A existência do plano de homicídio, apresentado e depois retirado de pauta,  foi atestada também por Tião Santos, um dos dirigentes da ONG Viva Rio com  assento no Conasp. Segundo ele, um dos assessores da secretária nacional de  Segurança Pública, Regina Miki, fez uma apresentação da proposta numa reunião do  conselho em maio.
— O Daniel (assessor da Senasp) apresentou as linhas gerais da proposta (de  redução de homicídios), mas não fez o detalhamento. Esperamos que isso aconteça  o quanto antes — defendeu Santos, que acredita que mesmo que o combate aos  homicídios seja atribuição dos estados que o governo federal poderia atuar como  coordenador: — Poderia definir rumos para monitorar homicídios, ajudar com  aparelhagem tecnológica e até demarcar, por exemplo, em que grupo os índices  devem cair primeiro. O Mapa da Violência mostra a faixa etária e a classe social  mais atingidas. Trabalhar este grupo poderia ser um começo.
A surpreendente guinada na política de segurança pública foi notada  inicialmente pelo ex-secretário nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo  Soares, que escreveu um duro artigo criticando o governo e responsabilizando a  presidente pela alteração de rota. O texto, divulgado em outubro, foi recebido  com silêncio pelo governo. A retirada do plano e a falta de respostas aumentaram  a tensão no Conasp.
Segundo Ciconello, o conselho não voltará a se reunir até que o governo se  disponha a esclarecer como encara a questão dos homicídios.
— É lamentável que as decisões do governo federal com relação à política de  segurança pública se deem de forma irracional e autoritária. É lamentável também  a passividade do ministro da Justiça e da secretaria nacional de Segurança  Pública com essa atitude da presidente da República, que desconsidera a lei que  criou o Pronasci e que estabelece a responsabilidade da União na articulação de  ações da segurança pública, com foco explícito na redução de homicídios— afirma.
Em entrevista ao GLOBO, Cardozo negou que a presidente Dilma tenha abdicado  da política de redução de homicídios. Segundo ele, o plano que estava sendo  preparado inicialmente sobre o assunto esbarrou na falta de informações  confiáveis sobre violência. O governo decidiu, então, enviar um projeto de lei  ao Congresso para criar o Sinesp (Sistema Nacional de Estatística de Segurança  Pública e Justiça), que torna obrigatório o repasse regular de dados ao  Ministério da Justiça.
— Relativamente ao plano de homicídios nós esbarramos num problema grave que  precisa ser colocado: a imprecisão de dados, a dificuldade que nós temos de  localizar a criminalidade no país. Nosso próprio Mapa da Violência é divulgado  com dados do SUS (Sistema Único de Saúde) de 2008, o que, óbvio, dificulta  imensamente uma estratégia de enfrentamento da violência. Segurança pública  exige uma avaliação global. É preciso cruzar dados para saber causas — disse  Cardozo.
Segundo o ministro, o governo não pode agir por intuição. Cardozo calcula que  o projeto do Sinesp será aprovado até 2013. Antes disso, ele acredita que o  governo já terá dados consistentes para preparar novos planos de ação. Uma  auxiliar de Dilma Rousseff negou que a presidente tenha vetado o plano para  redução de homicídios:
— A presidenta analisa todas as propostas. Se encontra pontos fracos, devolve  ao autor e determina a reelaboração. É só isso. Não tem veto.
Leia mais sobre esse assunto em  http://oglobo.globo.com/pais/governo-engaveta-projeto-de-reducao-de-assassinatos-3536649#ixzz1i1iRdu9L
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Dilma manda suspender por tempo indeterminado projeto de um plano de articulação nacional para a redução de homicídios. Dilma sabe que Alguns governos estaduais estão fazendo desse tema suas bases de voo para outros cargos e ela resolveu cortar o mal pela raiz. Dilma antes já tinha assinado Lei que mandou liberar mais de 2000 presos só em Pernambuco, sem contar aqueles flagrantes onde a pena chegue no máximo a quatro anos dificilmente ficará mais preso. Partindo desse principio Pernambuco suspendeu o indulto de natal determinado pela Presidente Dilma e altorizou um festa na penitenciaria agrícola de Itamaracá para acalmar os presos.
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