Jeozadaque Garcia 
Coletiva de imprensa realizada no final da tarde desta quarta-feira (26) na  Procuradoria-Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul com representantes do Gaeco  (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), MPE (Ministério  Público Estadual) e Polícia Militar, divulgou um balanço das operações Holambra  e Fumus Malus, desencadeadas esta semana para combater o contrabando de cigarros  e que levou para trás das grades, até o momento, 23 policiais militares acusados  de ‘facilitar’ a passagem de contrabando nas rodovias do sul do Estado.
 
Conforme a promotora Jiskia Sandri Trentin, do Gaeco, as operações fazem  parte de uma articulação nacional que visa o combate ao contrabando.  Participaram ainda os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco,  Goiás e Amapá. Somente em Mato Grosso do Sul foram expedidos 60 mandados de  busca e apreensão em domicílios e 34 mandados de prisões temporárias e  preventivas. Além disso, vários veículos foram apreendidos e contas bancárias  foram sequestradas.
 
Na segunda-feira, na operação Holambra, oito PMs foram presos e um continua  foragido. Hoje pela manhã, na região sul do Estado, outros 15 foram para trás  das grades. “Se a participação deles [no esquema] for confirmada, não farão  falta para a corporação”, decretou o Comandante-geral, coronel Carlos Alberto  David dos Santos.
 
Organização
 
O bando era dividido em duas alas: uma atuava em Sidrolândia e outra na  região do Conesul do Estado, com base no 12º BPM (Batalhão de Polícia Militar),  em Naviraí. Em Sidrolândia, havia dois grupos bem delimitados: um atuava somente  com o cigarro e outro com diversos tipos de contrabando, como pneus e roupas. Já  na no sul de MS, como o efetivo policial é maior, não havia um espaço marcado  entre os militares. 
 
Além disso, a operação descobriu PMs que extorquiam contrabandistas para  facilitar a passagem de mercadorias, outros que faziam o serviço de ‘batedor’ e  um outro, que não teve o nome divulgado, buscava mercadorias contrabandeadas no  Paraguai. Inicialmente, havia a suspeita de que os policiais participavam,  passivamente, do transporte de drogas nas regiões, o que foi descartado após  investigações.
 
Participação de oficiais no esquema
 
A participação de oficiais da Polícia Militar no esquema não está descartada,  segundo o Gaeco. Até o momento, somente praças da instituição foram presos. 
 
David também não duvida que esteja sendo vítima de ‘fogo amigo’. Questionado  se algum oficial próximo poderia ser o autor das ameaças que sofreu há cerca de  um mês, ele foi sucinto.
 
“Recebi essa notícia através do serviço de inteligência da PM. Estamos  investigando”, resumiu. “Vamos investigar para ver se a ameaça saiu mesmo de  dentro da corporação, o que é um absurdo”, completou.
 
O grupo que ameaça o Comandante seria o mesmo que ameaçou o major Joilson  Queiroz Sant’Ana, da PMR (Polícia Militar Rodoviária), há cerca de um mês. Na  época, o major passou a andar escoltado por policiais da Cigcoe (Companhia  Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) para sua  proteção.
 
As ameaças contra Joílson foram feitas devido às intensificações nos  trabalhos de fiscalização nas rodovias contra o tráfico de drogas e o  contrabando de mercadorias do Paraguai e da Bolívia.
 
Operações
 
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 | “Se a participação deles [no esquema] for  confirmada, não farão falta para a corporação”, diz  David | 
 
Cerca de 120 pessoas, dentre policiais, auditores fiscais e Promotores de  Justiça, participam das operações, cumprindo os mandados judiciais respectivos e  desenvolvendo a investigação com o objetivo de reprimir condutas delituosas  praticadas por agentes públicos encarregados da segurança pública.
  
 
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