Jogo Sport com o ABC pode ser adiado por causa da serie C e da torcida do Leão.

Polícia Militar garante segurança

O próximo sábado, dia 1º de outubro, poderia virar um pesadelo para a polícia militar do Rio Grande do Norte. Dois jogos, envolvendo ABC e América, vão acontecer, praticamente no mesmo horários, em locais diferentes. A princípio, tudo tranquilo. O problema começa quando se descobre os adversários  dos potiguar. No Frasqueirão, o alvinegro recebe o Sport/PE, às 16h20, pela série B do Brasileiro. Alguns membros das torcidas organizadas do "Leão" já protagonizaram cenas de violência em Natal, em jogos passados e por isso, o temor. Já no Nazarenão, em Goianinha, o América, às 15h15, enfrenta o CRB, pela segunda fase da série C.

ary souza/o liberalA polícia militar do Pará teve que intervir para separar a briga de torcedores fora do estádio da Curuzu

No duelo das duas equipes, na primeira fase da terceira divisão, também no município do interior potiguar, aconteceram confronto entre as duas torcidas. O saldo foi de 30 torcedores do CRB presos. No ônibus em que eles viajavam, foram encontrados drogas e dois revólveres, além de bombas caseiras. 

O encontro dessas quatro torcidas, poderiam causar muitos tumultos nas estradas do Estado. A mudança de data de algum dos dois jogos poderia ser a solução ideal. Mas, o coronel Alarico Azevedo, comandante do Policiamento Metropolitano da Grande Natal, não será preciso a mudar a data de qualquer partida. "A polícia está pronta para promover a paz nesses dois jogos. Já fizemos partidas de ABC e América, em Natal, um jogando no Machadão e outro no Frasqueirão, no mesmo dia e tudo correu bem. Não vejo motivo para trocar o dia de algum jogo. Vamos reforçar a segurança em Goianinha, com batalhão da Choque, Rocam e Cavalaria, além da Polícia Rodoviária Federal, para evitar qualquer tipo de confronto entre torcedores", revelou Azevedo.

E ainda vai além, mandando um recado para os torcedores que gostam de arranjar confusão em dia de jogos. "A polícia está pronta, na rua, para garantir a segurança de todos. Seremos enérgicos. Quem cometer algum delito, vai para a cadeia", afirmou.

O presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol, José Vanildo, também não acredita na mudança da data de algum dos jogos. " A princípio, não vejo nenhuma necessidade alteração da tabela, seja na série B ou na série C. Os jogos vão acontecer com mais de 50 quilômetros de distância. Além do que, a partida do América começa às 15h15 e a do ABC de 16h20. Quando uma acabar a outra ainda vai estar no segundo tempo", explicou o mandatário da FNF.

José Vanildo crê também que a Confederação Brasileira de Futebol, CBF, não alteraria as datas dos jogos. " Mudança só acontece em casos excepcionais, o que não é nosso caso. Tenho certeza que a Polícia vai fazer um grande trabalho na prevenção de tumultos", finalizou.

Confrontos deixam dois baleados

BELÉM - O Liberal - Uma briga de torcidas transformou os arredores da Curuzu em praça de guerra, no início da tarde de domingo, antes da partida contra o América-RN. Segundo a polícia, dois torcedores do Paysandu teriam sido baleados durante confusão no bairro de São Brás. A identidade dos envolvidos e o local onde teriam recebido atendimento não foram revelados.

Segundo a Polícia Militar, os disparos vieram de um torcedor do Remo. Contudo, testemunhas disseram que os tiros eram da polícia, sendo um dos baleados, atingido com bala de borracha, e o outro com projétil normal, de chumbo.

Houve dois momentos de confronto antes do jogo de ontem. No primeiro, por volta das 13 horas, houve os supostos tiros. Um grupo de torcedores do Paysandu que caminhava pela Avenida Almirante Barroso, rumo ao estádio da Curuzu, brigou com torcedores do América de Natal e do Clube do Remo na esquina com a Antônio Baena. Nesse momento, um torcedor conhecido como "Carioca" teria disparado contra dois bicolores. 

Uma hora mais tarde, os torcedores do América saíram do posto, escoltados por três viaturas policiais e, ao chegarem na esquina da travessa Curuzu, foram recebidos a pedradas por torcedores ligados à Terror Bicolor, extinta torcida organizada do Paysandu. Os potiguares responderam com pedradas e a polícia que havia naquele momento não deu conta de apartar a confusão. Só minutos depois, com a chegada de outras equipes da Rotam, o clima de guerra foi apartado.

Responsável pela segurança na partida, o major da PM Fialho disse não saber quem começou a confusão. Segundo ele, se não fosse a ação da polícia, o clima teria sido de guerra e poderia ter havido mortes. "Eram uns 40 ou 50 torcedores do América, contra centenas do Paysandu. Cena lamentável, mas evitamos o pior", afirma o policial.

Torcedor do América, Marcos Feitosa criticou a escolta da polícia. Por meio de ofício, os potiguares pediram apoio para irem do posto na Antônio Baena até a entrada no estádio, pela Curuzu. Foram atendidos, mas a quantidade de policiais teria sido insuficiente. "Éramos 150 vindos de Natal , mas no total tinham uns 300. Apareceram uns mil do Paysandu e atiraram pedras na gente. Claro que respondemos. Faltou organização", criticou Feitosa.


Fonte: Tribuna do Norte