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domingo, 17 de setembro de 2017

Taurus faz acordo nos Estados Unidos e vai pagar multa de 39 milhões de dólares a consumidores americanos por problemas em alguns modelos de suas pistolas.


TAURUS CONCORDA EM PAGAR MULTA DE 39 MILHÕES DE DÓLARES A CONSUMIDORES AMERICANOS

A Forjas Taurus S.A, fabricante brasileira de armas de fogo, concordou em pagar US$39.000.000,00 a consumidores americanos por conta de uma ação judicial coletiva nos EUA. Alegando que alguns dos modelos de pistola mais populares da marca podem disparar sozinhas quando são sacadas ou derrubadas e que possuem também, uma falha de segurança que as permitem disparar mesmo estando com a trava acionada.

De acordo com os documentos de uma corte na Flórida, a empresa concordou em pagar uma multa de mais de US$30.000.000,00 aos proprietários de nove modelos de pistolas que optarem por devolver a arma à fábrica. Cada pessoa poderá receber de US$150 a US$200 por suas armas, dependendo de quantas pessoas aceitarão esse acordo.

Ainda de acordo com o documento, a empresa irá estender o tempo de garantia destas armas, permitindo que os consumidores às enviem de volta à fábrica para serem inspecionadas por seus técnicos e terem os problemas de segurança alegados no processo, resolvidos. Estes documentos mostram que o acordo feito com a Taurus inclui a manutenção de mais de 100.000 pistolas e cobre em, no máximo, US$9.000.000,00 os honorários de advogados.

A Taurus soltou uma nota oficial confirmando o acordo com a corte e diz que não admite qualquer tipo de irregularidade. A empresa disse também a Grand View Outdoors que “não admite que haja nenhuma desvantagem no acordo.” .“Se qualquer pessoa tiver alguma destas pistolas, ficaremos felizes em inspecioná-las, portanto sugerimos que nos enviem as armas para que possamos fazer isso.”

A ação foi trazida à corte por Chris Carter, Xerife de Scott County, no estado de Iowa. Ele alegou que sua PT140 PRO disparou quando a sacou durante uma perseguição. Os documentos da ação dizem que a arma efetuou um disparo ainda travada e que a cápsula permaneceu na câmara.

O Xerife alegou também em sua ação em setembro de 2014, que a Taurus sabia dos problemas e não fez nada para informar ao público e solucioná-lo.

“Apesar do conhecimento dos problemas de segurança, a Taurus nunca fez nada a respeito disso, nunca fez nenhum aviso para o público ou algum recall dos modelos, e a empresa continua a apresentar ao público, falsamente, que estas armas são confiáveis.” disse ele no processo.  “A verdade é que a Taurus está com medo de que pessoas tenham sido gravemente feridas em resultado destes defeitos, e é apenas uma questão de tempo até que mais e mais pessoas se machuquem gravemente ou até mesmo morram decorrente disso.”

A Taurus se recusou a comentar sobre o caso ou sobre o acordo durante a aprovação deste, pelo juiz.

Outros documentos da corte dizem que a empresa foi forçada a pagar US$1.200.000,00 quando a arma de um homem do Alabama caiu no chão e disparou contra ele mesmo. O documento também fala sobre o recall das armas PT 24/7 G1, .40S&W, da Polícia Militar de São Paulo (PMESP), quando descobriram que a arma disparava mesmo com a trava acionada.

“As pistolas possuem um perigo inerente ao defeito, a Taurus sabe disso a anos, mas permitiu que estas armas permanecessem nas mãos dos consumidores, com o risco iminente delas ferirem tanto os consumidores deste armamento, quanto o público em geral.” Alegou nos documentos.

O acordo cobre 9 modelos de pistola:  PT-111 Millennium; PT-132 Millennium; PT-138 Millennium; PT-140 Millennium; PT-145 Millennium; PT-745; PT-609; PT-640 e PT-24/7, disse a Taurus.

“Nenhuma alegação ou mesmo o acordo incluem os modelos G2 das séries citadas.” adicionou a empresa.

Texto original em inglês retirado do site: Grand View Outdoors

– Nota do Blog Firearms Brasil –

Nos EUA a coisa funciona diferente, as pessoas correm atrás de seus direitos e são ressarcidos pelas empresas. Em recente entrevista para o Instituto Defesa, o novo presidente da Taurus admitiu problemas na qualidade de seus produtos e prometeu melhorar, alegou que a antiga administração foi a culpada disso, mas, como fazer com as vidas perdidas por conta das falhas de suas armas?

Há pouco tempo, dois policiais civis no Rio de Janeiro morreram em uma troca de tiros com criminosos após suas PT840 falharem no momento do combate. A empresa lançou uma nota, apenas após ser AMPLAMENTE divulgado pela mídia, lamentando o ocorrido e prometeu melhorar o produto, mas e quanto a um recall geral deste armamento, que é utilizado por diversas forças de Segurança Pública do Brasil, para verificação e manutenção? Algumas pessoas dizem que quando você adquire uma arma você tem que tira-la da caixa e logo levar no armeiro para modifica-las. Entretanto, a arma você tem que tirar da caixa e ela estar funcionando perfeitamente, sem a necessidade de fazer qualquer alteração em seu mecanismo interno, com exceção que seja por “luxo” ou necessidade, por conta de competições que venha a participar, mas não para se prevenir dos defeitos de fábrica dela. A empresa tem que entregar o produto em perfeitas condições de uso. Quando falamos em armas, falamos em segurança, não em um brinquedo que caso venha aparecer um defeito, quando tivermos tempo, consertamos. Estamos falando de um produto que pode fazer a diferença em você estar vivo ou morto em uma fração de segundos, ou menos.

Entretanto, o novo modelo de pistola da série 800, a PT838, parece seguir um rumo diferente de suas antecessoras. Diferentemente da PT840, ela ainda não apresentou falhas, ou ao menos ninguém ainda reclamou, ou pode ser que entre sua data de lançamento até hoje, não deu tempo do Exército e/ou da Polícia Federal expedirem suas autorizações de compra do armamento e por isso não foi testada em larga escala ainda, mas nos testes realizados pelo Instituto Defesa, a arma se comportou muito bem no teste de tortura feito por eles. Esperamos que isso signifique um novo rumo para a empresa, e que as novas armas lançadas por esta empresa sigam o mesmo padrão apresentado no vídeo.

Portanto, é uma vergonha que uma empresa do tamanho da Taurus (que é a maior fabricante de armas de fogo da América Latina e uma das maiores exportadoras de armas do mundo), caso as alegações estejam corretas, se negligenciem a sanar problemas cruciais e emergenciais em seus produtos. Quantas mortes seus produtos podem ter causado? Costumamos dizer que armas não matam pessoas, que pessoas matam pessoas, pois as armas não disparam sozinhas, mas parece que pela primeira vez os desarmamentistas estão corretos (somente neste caso, aliás), parece que com estes modelos a máxima de que armas matam pessoas, nada mais é do que a verdade.

Fonte: Firearmsbrasil 

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