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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Os 10 PMs presos no caso Amarildo vão ficar sem função e sem gratificação! Além de ficar preso. Veja a denuncia.


Justiça decreta prisão preventiva de PMs envolvidos no caso Amarildo

Acusados vão responder pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver O Inquérito Policial Militar está em andamento dentro dos prazos, segundo corporação PM havia colocado militares na geladeira

GUSTAVO GOULART (FACEBOOK - TWITTER)
Ex-comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos é um dos dez PMs que tiveram prisão preventiva decretada Foto: Domingos Peixoto / Agência O GloboEx-comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos é um dos dez PMs que tiveram prisão preventiva decretada Domingos Peixoto / Agência O Globo
RIO Dez policiais militares acusados de torturar e matar o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio, tiveram a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira, pelo Tribunal de Justiça. Eles foram indiciados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. Amarildo desapareceu no dia 14 de julho, após ser levado à sede da UPP na comunidade. Todos os acusados já se apresentaram no QG da PM com seus advogados e, depois de se apresentarem ao comandante-geral, vão para uma delegacia da Polícia Civil dar baixa no sistema e ingressar no sistema carcerário. Após este procedimento, os dez vão para a Unidade Prisional da corporação, segundo nota enviada pela PM.
A decisão foi tomada pelo juízo da 35ª Vara Criminal da Capital, após denúncia do Ministério Público estadual. Um dos motivos apresentados foi a denúncia de que o ex-comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos, estaria subornando testemunhas para que acusassem o tráfico pelo sumiço de Amarildo. Em conformidade com o art.282 do Código do Processo Penal, a prisão cautelar se faz necessária e é a única medida adequada não só em razão da gravidade concreta dos delitos imputados, quanto pelas condutas dos acusados no curso das investigações, o que pode, como já fundamentado, atrapalhar o decorrer da instrução criminal, diz a decisão.
Os acusados vão responder pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. São eles: Edson dos Santos, Luiz Felipe de Medeiros, Jairo da Conceição Ribas, Douglas Roberto Vital Machado, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vinícius Pereira da Silva, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva e Fábio Brasil da Rocha.
Responsável pela defesa dos policiais Victor Vinícius Pereira da Silva, Douglas Roberto Machado, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Marlon Campos Dias, o advogado criminalista Marcos Espínola vai apresentar os quatro PMs no Quartel Geral da Polícia Militar, Centro do Rio. Para Espínola, a conclusão do inquérito não contém provas que incriminem seus clientes, e a prisão é um exagero. Não há necessidade de prender réus primários, com bons antecedentes, residência fixa e emprego, podendo ser encontrados a qualquer momento para colaborar com o processo, afirmou em nota, acrescentando que até o momento todos eles contribuíram com as investigações.
Policial se fez passar por traficante
A denúncia do Ministério Público do Rio pedindo a prisão preventiva dos PMs acusados de sequestrar e matar o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza revela que um dos policiais tentou se passar por traficante em conversa no telefone. De acordo com a denúncia, no dia 18 de julho, já sob pressão das investigações, um dos acusados utilizou um celular de um morador da Rocinha para tentar despistar a investigação.
O acusado tentou se passar, no telefone, pelo traficante "Catatau". Ciente de um número de telefone monitorado pela operação Paz Armada, o acusado ligou para este número e disse ser um dos autores da morte de Amarildo. A informação, caso tivesse sido aceita pelo MP, teria vendido a versão dos policiais de quê Amarildo havia sido sequestrado e morto por traficantes
PMs são colocados na geladeira
Nesta sexta-feira, a PM havia divulgado que os policiais suspeitos estavam sendo colocados na geladeira da corporação. Os militares seriam transferidos para a Diretoria Geral de Pessoal e ficariam sem função e gratificação. Quatro dos dez PMs permaneciam lotados na Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, exercendo funções burocráticas: o tenente Luiz Felipe Medeiros e os praças Anderson César Soares Maia, Rodrigo Wanderley da Silva e Fábio Brasil da Rocha Graça.
A transferência foi uma determinação do comandante-geral da PM, coronel José Luiz Castro Menezes, e aconteceu no mesmo dia em que O GLOBO publicou a reportagem mostrando que os quatro militares estavam na unidade, mesmo após o indiciamento. O major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha, continuava lotado na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), fazendo serviços administrativos.
Também estavam lotados na CPP os soldados Douglas Roberto Vital Machado, conhecido como Cara de Macaco, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Victor Vinícius Pereira da Silva. Os quatro trabalhavam em regime de escala, fazendo plantões no controle de entrada de pessoas e veículos na sede da coordenadoria, na Avenida Itaóca, em Bonsucesso. O Inquérito Policial Militar (IPM) está em andamento dentro dos prazos, segundo a corporação.

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